Morre garoto que ficou preso 18 horas em buraco de oito metros Divulgação: Corpo de Bombeiros

Belo Horizonte - O Pedro Augusto Ferreira Alves, de apenas 8 anos, morreu após cair e ficar preso por 18h em um buraco de oito metros de profundidade enquanto brincava, em Carmo do Paranaíba, Minas Gerais. 
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o garoto machucou uma das pernas na hora da queda e estava respondendo bem aos chamados até por volta das 6h desta segunda, 22. O resgate ocorreu às 9h45, cerca de 18 horas após a queda.

Segundo o tenente-coronel Thiago Lacerda Duarte, comandante do 12º Batalhão de Bombeiros Militar em Patos de Minas, a criança foi retirada inconsciente do local e com suspeita de parada cardiorrespiratória. 
Após o resgate, ele foi colocado em uma ambulância, na qual os socorristas tentaram reanimá-lo. Em seguida, Pedro foi encaminhado para o Hospital Regional de Patos de Minas, mas a criança não resistiu e morreu. 

O Corpo de Bombeiros divulgou imagens do procedimento para o resgate, que envolvia uma escavação manual para que o menino não fosse soterrado. A área do incidente está em obras e não havia sinalização no local.

O resgate

O menino brincava com uma prima em um terreno que estava em obras por volta das 15h de domingo, quando pisou na folha de lata que cobria o buraco e caiu. A prima de Pedro Augusto avisou à tia o que tinha acontecido. A família acionou o Corpo de Bombeiros para o resgate.
Segundo a corporação, a criança estava acostumada a brincar na área. A suspeita é de que o local não estava cercado ou com qualquer tipo de sinalização, indicando perigo.
O trabalho de resgate começou por volta das 17h. O fato de o terreno estar localizado em uma área de aterro dificultou a ação dos bombeiros. Como o solo é instável, havia o risco de desmoronamento de terra. A equipe de resgate cavou um acesso ao lado do buraco.
“Inicialmente foi tentado um içamento da criança. Aí depararam com a situação do terreno, que é uma área de aterro, oferecia muita instabilidade, e o içamento não teve êxito”, explicou o tenente-coronel dos bombeiros, Thiago Lacerda Duarte.
Como a criança muito assustada e a falta de espaço no buraco, e sem conseguir concluir a amarração com segurança, os bombeiros optaram por proteger as encostas da cratera com técnicas de escoramento para evitar um eventual desabamento. Em seguida, teve início a escavação manual de um buraco ao lado daquele ocupado pela criança para tentar facilitar a operação.
Foram mobilizados mais de 20 profissionais do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais para a operação de salvamento, que atravessou a noite.
Pedro Augusto precisou de ajuda para se alimentar e receber oxigênio. “Ontem desde que chegamos, nós fizemos a administração do oxigênio através de um duto (...) Também descemos alimentação líquida para ele e mantivemos contato verbal com ele o tempo todo”, finalizou o tenente-corone.
A mãe de Pedro, Paloma Barbosa, acompanhou o resgate e contou sobre a aflição de ver o filho nessa situação. "Ele disse 'mamãe, eu vou brincar'. Ele estava com a prima dele quando vieram para cá. Ela contou que ele escorregou (...) Tá muito difícil, tô muito aflita, tô sem palavras”, comentou a mãe antes da confirmação da morte do garoto.
A criança foi resgatada nesta segunda-feira, 22, após 18 horas de trabalho. Pedro recebeu o primeiro atendimento dentro da ambulância do Corpo de Bombeiros e depois foi encaminhado para o Hospital Regional de Patos de Minas.
Momento em que garoto é resgatado e colocado na ambulância em Carmo do Paranaíba  - Reprodução/TV Integração
Momento em que garoto é resgatado e colocado na ambulância em Carmo do Paranaíba Reprodução/TV Integração