Senador Chico Rodrigues (União Brasil) Edilson Rodrigues/Agência Senado

A Polícia Federal (PF) pediu mais tempo para concluir a investigação sobre um possível esquema de desvio de recursos da pandemia em Roraima. O inquérito atinge o senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR), ex-líder do governo no Senado, flagrado com R$ 33 mil na cueca em uma operação em outubro de 2020.
O delegado William Tito Schuman Marinho disse que a investigação está travada porque o Ministério da Defesa e a Presidência da Câmara dos Deputados não responderam questionamentos da PF.
Segundo a manifestação, a Polícia Federal aguarda as respostas para, "em momento posterior", ouvir testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e o próprio senador.
A presidência da Câmara nega a pendência. A Casa Legislativa informou ao Estadão que recebeu o ofício da PF no dia 4 de maio e que a resposta foi encaminhada no dia 19 daquele mês. "Antes do prazo de 30 dias estipulado no requerimento de informação", afirma.
O Ministério da Defesa também foi procurado pela reportagem, mas não retornou o contato.
O pedido de extensão de prazo foi enviado nesta terça-feira, 30, ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação foi aberta em outubro de 2020. A defesa de Chico Rodrigues vem pedindo o encerramento do inquérito por excesso de prazo. Os advogados alegam que há uma "tentativa de postergar ad infinitum" as apurações.
Em agosto do ano passado, a Polícia Federal pediu o indiciamento do senador e atribuiu a ele os crimes de peculato, advocacia administrativa, dispensa e fraude a licitação, lavagem de dinheiro e embaraço a investigação.