Alunos afirmam que escola de Planaltina, no DF, carimba mão para que estudantes não repitam merendaReprodução
Segundo uma estudante, o CED 3 impede que os alunos repitam o prato pela falta de lanche. Outro aluno declarou que, por vezes, eles são impedidos de comer se não carimbarem a mão.
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal relatou que o diretor do colégio, Ronaldo Victor dos Santos, contou que a medida "foi uma situação isolada para organizar a fila da merenda" e "garantiu que não faltam alimentos na escola". O caso ocorreu, segundo a pasta, no dia 2 deste mês.
A secretaria declarou que "repudia veementemente a atitude de carimbar a mão dos estudantes na fila da merenda". "Assim que tomou conhecimento do caso, a SEEDF deslocou uma equipe para a escola para verificar a situação e tomará as providências necessárias diante da investigação", informou. "O caso será investigado pela Corregedoria e os culpados punidos."
Questionada se um dos professores da escola havia tido a ideia de carimbar os alunos, a Secretaria de Educação afirmou que não poderia informar dados de docentes, pois "são considerados sensíveis pela Lei Geral de Proteção de Dados".
"A SEEDF reforça que preza por ofertar uma alimentação de excelência para todos os estudantes da rede pública e informa ainda que, caso a equipe gestora do CED 3 de Planaltina verifique a necessidade do aumento da quantidade de comida, pode solicitar o mesmo para a pasta."
Em agosto, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vetou o reajuste aprovado pelo Congresso do valor repassado a Estados e municípios para a merenda escolar. O veto refere-se à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece as bases para o orçamento do ano seguinte - no caso, 2023.
Hoje, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), o governo repassa apenas R$ 0,53 para alimentação de cada aluno matriculado na pré-escola e R$ 0,36 por aluno do ensino fundamental e médio. Nas creches, o repasse por criança é de R$ 1,07.
O Sindicato dos Professores do Distrito Federal irá à escola na segunda-feira para entender o caso. Um dos diretores da entidade, Samuel Ferreira, afirmou que o governo deveria "garantir uma alimentação de qualidade e em quantidade suficiente para esses alunos". "De barriga vazia, não tem como ter aprendizagem", afirmou.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.