Vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo diz que 'não há mínimo elemento a sustentar a existência de ilícito penal' do presidenteReprodução/Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta quinta-feira, 22, o arquivamento do pedido para investigar suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Petrobras. A solicitação de investigação foi protocolada no Supremo Tribunal Federal e partiu do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Para a PGR, Rodrigues tenta "usar politicamente" o sistema de Justiça.
O pedido foi formalizado depois que vieram a público mensagens do ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco, enviadas no mês de junho em um grupo privado de economistas no WhatsApp. Na ocasião, ele afirmou que teria mensagens e áudios que poderiam "incriminar" o presidente em seu antigo celular corporativo. As conversas foram reveladas pelo portal Metrópoles.

Depois de ouvir o economista, a vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo disse que "não há mínimo elemento a sustentar a existência de ilícito penal" do presidente. "É conhecida de todos a postura do presidente no sentido de defender a redução de preços dos combustíveis, o que efetivamente ocorreu", afirma a PGR, que não vê crime na conduta de Bolsonaro. Desde o início do governo do atual presidente, em 2019, a Petrobras já teve quatro presidentes.
Em depoimento, Castello Branco disse que escreveu a mensagem em uma "discussão acalorada" e que a palavra "incriminar" não deveria ser considerada no sentido literal. "Eu apenas recebi mensagens que, se eu as cumprisse, violaria a governança corporativa da Petrobras", afirmou, ao ser ouvido por videoconferência.

A procuradoria também ouviu Rubem Novaes, ex-presidente do Banco do Brasil, que teria sido o interlocutor das mensagens. Ele negou que algum crime específico tenha sido imputado a Bolsonaro. A manifestação da PGR segue para o gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, para decisão.