Banco do Brasil em Itapirapuã, em GoiásReprodução/Google Street View

Goiânia- A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 6, a Operação Downgrade, para localizar provas que possam identificar o envolvimento de correntistas do Banco do Brasil que obtiveram vantagens indevidas.  A prática criminosa foi supostamente orquestrada por uma mulher que ocupou cargo de gerente bancária, no período de 2016 a 2020. O prejuízo causado ao banco é de cerca de R$ 1,6 milhão.
Participam da ação 40 policiais federais, que cumprem 10 mandados de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Quirinópolis e Itapirapuã, em Goiás, e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiânia.
A investigação, que teve início em junho de 2020, apura suposto crime de gestão fraudulenta e desvio de recursos por parte da gerência das agências do Banco do Brasil de Quirinópolis, Padre Bernardo e Itapirapuã, todas em Goiás.
Uma auditoria interna revelou que, entre os anos de 2016 e 2020, a investigada teria praticado diversas operações financeiras irregulares, como saques em contas de clientes com o uso de senhas inválidas; agendamentos de pagamentos de boletos sem autorização expressa dos clientes; irregularidades em empréstimos bancários, como o deferimento de renegociações e de abatimentos negociais de mais de 80% do saldo devedor; além de diversas transações irregulares de transferências e de desvios de recursos de empréstimos e financiamentos bancários, fraudes e inúmeros débitos, sem autorização, em contas de clientes.
As investigações policiais atingiram a quebra do sigilo bancário da investigada, por meio da qual ficou constatado que ela identificava clientes em processo de renegociação de dívidas junto ao banco. Desta forma, utilizando de poderes do cargo, a indiciada aplicava uma taxa de desconto maior, contrariando normativos internos e, assim, desviava a diferença em benefício próprio, do marido e da empresa de seu cônjuge.
Além disso, a PF também apurou que parte do dinheiro desviado retornava para outras contas dos próprios clientes, gerando a suspeita de participação por parte destes. 
Os investigados poderão responder por participação em gestão fraudulenta e desvio de recursos de instituição financeira, podendo pegar mais de 10 anos de prisão.
O nome da operação faz referência ao fato de que os clientes envolvidos nas operações financeiras fraudulentas praticadas pela gerência estavam em processo de renegociação de dívidas, sendo clientes em débito com a instituição bancária.