Educação: valores bloqueados para institutos e universidades federais passam de R$ 1 bilhão em 2022Marcelo Camargo / Agência Brasil

Rio - Uma semana após a publicação do decreto presidencial que definiu um novo corte de recursos para a educação - R$ 328 milhões para universidades federais e R$ 147 milhões para colégios federais -, o governo federal recuou e anunciou a liberação dos valores em vídeo gravado e publicado nas redes sociais pelo ministro da Educação, Victor Godoy Veiga.
O tardio movimento acontece após contundente reação em todo o país. Veiga tentou amenizar o evidente desgaste ao presidente governo de Jair Bolsonaro (PL), mas o estrago foi grande após reitores, diretores e representantes de instituições de ensino ao redor do Brasil admitirem o risco de paralisação de atividades até dezembro.
"O limite de empenho será liberado para universidades federais, institutos federais e para a Capes. Temos uma gama muito grande de instituições, conversei com o ministro Guedes e ele foi sensível e nós vamos facilitar a vida de todo mundo. Eu já tinha dito que não haveria impacto para as universidades e para os institutos, porque trataríamos caso a caso, e agora estamos fazendo uma liberação para todo mundo para facilitar e agilizar a vida de todo mundo", disse Veiga.
Em setembro, o governo federal anunciou o bloqueio de R$ 2,6 bilhões no Orçamento da União e a educação foi a pasta mais impactada  Somados, os valores bloqueados chegam a R$ 763 milhões nas universidades federais e R$ 300 milhões nos institutos federais. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) admitiu o temor pelo próprio funcionamento até o fim do ano após perder R$ 18 milhões.
A preocupação foi endossada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) com outras universidades federais no restante do país. No vídeo publicado nas redes sociais, o ministro da Educação, no entanto, não revelou de forma clara se os recursos serão liberados de forma integral.
"Esse movimento está sendo feito pelo Ministério da Economia, mantendo a responsabilidade fiscal, que é um pilar do nosso governo, mas também mostrando essa sensibilidade de facilitar a vida do gestor, do reitor. Meu gabinete continua aberto para qualquer reitor das universidades federais e dos institutos para conversar sempre e buscar as melhores soluções para cada universidade para fortalecer o ensino superior desse país. Sabemos a importância que isso tem para nossos estudantes e estamos juntos para poder trabalhar pela melhoria desse serviço para a população", disse.