Thiago Brennand está sob custódia da InterpolRedes Sociais/Reprodução

O empresário Thiago Brennand Vieira, de 42 anos, que estava foragido desde 27 de setembro, foi preso pela Interpol nesta sexta-feira, 14, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Brennand responde pelos crimes de lesão corporal e injúria após agredir uma mulher na academia, no dia 2 de agosto, no Shopping Iguatemi, em São Paulo. A Justiça já havia decretado a prisão preventiva do empresário por ele não ter entregado o passaporte até o dia 23 de setembro. 
De acordo com a Polícia Federal, a prisão foi efetuada em razão do nome do empresário constar na lista da difusão vermelha da Interpol e "após contatos realizados pela corporação, em especial da recém-criada adidância da PF na Jordânia, para o cumprimento da medida".
O caso foi revelado em setembro pelo programa Fantástico, da TV Globo. Câmeras de segurança flagraram Thiago Brennand agredindo uma mulher na academia, em São Paulo. No vídeo, é possível ver um homem identificado como Brennand se aproximando da mulher e discutindo verbalmente com ela. Quando um casal de instrutores e uma segunda cliente tentam proteger a vítima, ele parte para cima dos três e cospe em Helena. casal de instrutores e uma segunda cliente tentam proteger a vítima, ele parte para cima dos três e cospe em Helena.
Imagens mostram momento em que Thiago Brennand xinga e cospe em Helena - TV Globo/Reprodução
Imagens mostram momento em que Thiago Brennand xinga e cospe em HelenaTV Globo/Reprodução


De acordo com a mulher, as agressões foram motivadas porque o empresário teria tentado marcar um encontro, mas ela não quis. Além disso, ele é investigado por suspeita de ter feito outras 11 vítimas. Ao menos três mulheres afirmam terem sido tatuadas as iniciais do seu nome: "TFV". Ele é acusado de também ter agredido outros dois homens.

O empresário é foragido pela Justiça a pedido do Ministério Público (MP). Também foi determinado que a (PF) incluísse o nome e foto dele na lista de procurados da Interpol, a Difusão Vermelha da polícia internacional. Brennand também virou réu por corrupção de menor de idade. No pedido liminar negado nesta semana pela Justiça, a defesa alegou que ele está sendo "caçado como troféu ao combate à violência contra mulher".
“Não há por que suspender o decreto de custódia cautelar, uma vez que o paciente encontra-se em país com distância suficiente do Brasil a se poder afirmar que, inegavelmente, enquanto se analisa as pretensões aqui deduzidas não se dará o cumprimento do decreto de prisão”, escreveu o relator Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho. Thiago também teria enviado e-mails aos Ministério Público e reclamado sobre a maneira que seu nome foi escrito.
O empresário viajou para Dubai no dia 3 de setembro. De acordo com a sua defesa, ele voltaria para o Brasil no dia 18 deste mês. Ele embarcou no avião antes da Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público e torná-lo réu.A Promotoria também o acusa de incentivar o filho dele, menor de 18 anos, a ofender a mulher, de 37 anos.

A Justiça também proibiu o empresário de frequentar academias e de se aproximar de testemunhas. Ele ainda não foi interrogado. O Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público começou a ouvir as 11 novas vítimas que acusam Brennand de crimes. Entre elas estão nove mulheres que disseram ter sido estupradas pelo empresário. Sendo que três falaram que ele as obrigou a tatuarem as iniciais dele em seus corpos.

De acordo com as investigações, os crimes teriam ocorrido entre 2021 e este ano em Porto Feliz, no interior paulista, onde o empresário tem residência em um condomínio de alto padrão. Entre as vítimas, estão mulheres que o conheceram pelas redes sociais ou pessoalmente e tiveram algum contato ou relacionamento com ele.
Durante buscas realizadas na casa do empresário em 9 de setembro, no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, interior paulista, a Polícia Civil encontrou uma mala fechada com cadeado em que os acessórios estavam acondicionados. Foram listadas peças como lunetas de longo alcance, mira a laser e dispositivos de correção de mira, mas não foram localizadas armas e munições.

Segundo a Polícia Civil, os itens passarão por perícia para definir se o armazenamento desses equipamentos, alguns de uso restrito, é permitido ou proibido. Ainda segundo a polícia, Thiago é CAC — colecionador, atirador desportivo e caçador, e tem várias armas registradas em seu nome de forma legal. A polícia pediu também uma busca e apreensão em outra residência dele, na capital, mas o pedido não foi apreciado pela justiça.