A PF obteve a informação de que seis dos italianos envolvidos no esquema possuem antecedentes criminais na ItáliaDivulgação/ Arquivo PF

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 25, a Operação “I Conti” para repressão a crimes transnacionais de lavagem de dinheiro, organização criminosa e outros correlatos. Sete mandados de busca e apreensão são cumpridos em endereços localizados nos municípios catarinenses de Joinville e Itapoá. A ação é conjunta com Ministério Público Federal e Receita Federal. 
Após a prisão de um homem por uso de documentos falsos, ocorrida em 2018, procedimentos fiscais promovidos pela Receita Federal do Brasil identificaram fatos que, em tese, configuram crimes transnacionais de lavagem de dinheiro previstos na Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional.
As investigações apontam que um grupo de cidadãos italianos e seus comparsas brasileiros criaram várias empresas fantasmas, registradas com identidades falsas e em nome de pessoas que foram interpostas (laranjas). As pessoas jurídicas seriam utilizadas para lavagem de dinheiro de origem criminosa, enviado do exterior para aplicação e ocultação no Brasil, mediante aquisição de mais de 300 imóveis no litoral catarinense.
Com a cooperação da polícia internacional, a PF obteve a informação de que seis dos italianos envolvidos no esquema possuem antecedentes criminais na Itália, relacionados a fraudes, falsificações e lavagem de dinheiro. A informação é indicativa dos crimes antecedentes por meio dos quais teria sido obtido o capital, cujo processo de lavagem teve início na Itália e se integraliza no Brasil.
Segundo a PF, "as provas colhidas nas buscas serão analisadas conjuntamente com os elementos que forem apresentados mediante cooperação jurídica internacional, devendo determinar a destinação dos bens sequestrados e a responsabilização dos envolvidos".