Aliado de Bolsonaro, Silvinei Vasques é acusado coordenar a operação que dificultou o acesso de pessoas aos locais de votação no dia das eleições Reprodução/Instagram
"Não é possível [...] dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE", escreveu o MPF.
Polícia Federal investiga blitz da PRF
O ministro Alexandre de Moraes exigiu explicações de Silvinei. O diretor alegou que a fiscalização aconteceu por questões técnicas dos veículos, como condições de pneus e regularidade dos documentos. Porém, ele é investigado por possível motivação política para ordenar as ações.
Vasques é dono de um currículo extenso com diversas graduações e tem ligações com o PSL de Santa Catarina. Em apenas um ano, entre 2007 e 2008, o servidor ocupou dois cargos de confiança na prefeitura do município de São José, quarta cidade mais populosa do estado, durante a adminstração do então prefeito Elias Fernando Melquíades (PSL) . Foi Secretário Municipal de Segurança Pública e depois comandou a pasta dos Transportes.
Silvinei Vasques é dono de um currículo bastante extenso, segundo informações do site do Governo Federal. É graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina, em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí, em Segurança Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina, e em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Santa Catarina e especializado em Gestão Organizacional pelo Centro Universitário de Maringá, Mestre em Administração pela Universidade Uniatlantico, na Espanha e Doutorando em Direito pela Universidade Católica de Santa Fé, na Argentina.
Polêmica
O caso está relacionado a uma denúncia de agressão de um frentista de posto de gasolina. No depoimento à polícia civil de Goiás, a vítima afirma que um agressor [não identificado na equipe de Vasques] o espancou porque ele se recusou a lavar viaturas de PRF e só parou de bater após funcionários do posto gritarem e clamarem para parar.
O trabalhador alegou na justiça do estado de Goiás ter sido espancado por policiais rodoviários por 'se recusar a lavar as viaturas da PRF'. A ação correu em âmbito estadual até 2012, até a primeira condenação, onde a União foi obrigada a pagar valor fixado em R$ 20 mil à vítima da violência policial.
A União pagou a indenização e cobrou o valor de Silvinei que recorreu então à Justiça de Santa Catarina, estado onde servidor fez carreira na PRF e chegou à superintendência da unidade regional em 2011.
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