Na visão de Dino, uma das possibilidades para driblar o orçamento seria o trabalho voluntário dos agentes, que receberiam as diárias posteriormenteValter Campanato/Agência Brasil

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) afirmou, nesta quarta-feira, 23, que há pouca verba para a Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal fecharem o ano. Cotado para assumir o Ministério da Justiça, ele declarou que as restrições no orçamento podem atrapalhar inclusive a segurança da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Nós temos, concretamente, problemas com combustível e diárias na Polícia Federal. Hoje, não são no futuro. E esses problemas podem, inclusive, criar constrangimentos para operações fundamentais, a exemplo da posse presidencial”, relatou.
Segundo Dino, a cerimônia “gera uma sobredemanda na Polícia Federal”, considerando que outros chefes de Estado “se dirigem para prestigiar” o novo presidente. “É muito difícil prover segurança se não houve recomposição imediata dos recursos para diárias, porque é preciso mobilizar contingente adicional num evento como a posse”.
Dino relatou que o comando da PF tem tentado conversar com o governo do Distrito Federal para solucionar a questão. Ele reforçou que “a segurança dos chefes de Estado, chefes de governo, depende da ação da Polícia Federal”. 
Para o senador eleito, uma das possibilidades para driblar o orçamento seria o trabalho voluntário dos agentes, que receberiam as diárias posteriormente.
União entre a Segurança Pública e a Justiça
Dino defendeu que as áreas de Justiça e Segurança Pública trabalhem em conjunto no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista dada para jornalistas no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil ), em Brasília, na semana passada, ele explicou quais motivos o fazem ser favorável a união dos dois setores.

“Tecnicamente, eu sempre defendi o modelo de integração porque eu fui juiz federal criminal, aqui em Brasília inclusive, e sei que só existe política pública de segurança integrada com Justiça e em diálogo com as instituições com os outros poderes”, comentou.

Na avaliação de Dino, as duas áreas precisam estar caminhando juntas para poder ter políticas públicas eficientes. Ele deixou claro que os dois setores podem ter ministérios diferentes, no entanto, é necessário que os ministros dialoguem com frequência para estarem sempre alinhados.

O ex-governador do Maranhão contou aos jornalistas que o debate sobre a junção ou não das duas pastas dura há mais de 20 anos. Porém, ele destacou que a decisão de como o tema será organizado vai ser do presidente eleito Lula.

“Claro, a integração pode se dar com 2 ministérios? Pode. Agora, separar no sentido de imaginar que são funções estanques é um equívoco metodológico, equívoco político e conduz à ineficiência”, falou.

Flávio Dino tem sido cotado para ser ministro de Lula no ministério de Justiça e Segurança Pública. Caso as duas áreas fiquem independentes, a tendência é que o senador eleito cuide do ministério da Justiça, abrindo espaço para outro nome na Segurança Pública.
*Com informações do iG