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Deslizamentos deixam ao menos dois mortos no Paraná

Além disso, seis pessoas foram resgatadas com vida. Deslizamento atingiu dez carros e seis caminhões na BR-376, em Guaratuba, no Paraná

Imagens do acidente mostram que veículos foram atingidosRedes sociais

Curitiba - Depois de duas mortes confirmadas, seis pessoas foram resgatadas com vida em um deslizamento que atingiu dez carros e seis caminhões na BR-376, em Guaratuba, no Paraná. O primeiro boletim divulgado no fim da tarde desta terça-feira (29), pelo gabinete de crise criado para acompanhar o resgate, informou que 54 bombeiros ainda trabalham no resgate de vítimas. Não havia informações sobre a quantidade de possíveis soterrados.

As equipes completaram 18 horas de trabalho ininterrupto, dificultado pela instabilidade da massa de lama, rochas e troncos de árvores que caiu sobre a estrada, no km 669. Com a ajuda de cães farejadores, os bombeiros tentam chegar aos veículos que estão encobertos pela avalanche. O maior deslizamento ocorreu por volta das 19 horas de segunda-feira. Há 72 horas chove na região da Serra do Mar, próxima ao litoral paranaense, e o mau tempo deve continuar. A força-tarefa de salvamento tem apoio de profissionais de geotécnica da Associação Brasileira de Mecânica de Solos (ABMS), que avaliam as condições do terreno.

O governo paranaense lançou um apelo aos familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido no local para que entrem em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica. Conforme a Defesa Civil, 1.081 pessoas foram afetadas pelas ocorrências de inundações, enxurradas e alagamentos nos seis municípios, das quais 557 estão desalojadas e 24 desabrigadas, além de 122 casas terem sido danificadas.

POR POUCO
Momentos antes de um deslizamento de terra atingir mais de 20 veículos na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, o prefeito da cidade, Roberto Cordeiro Justus (União), havia comentado com o motorista dele, Claudio Margarida, que nunca tinha visto tanta água e tanta lama morro abaixo às margens da rodovia, onde estavam parados, no início da noite de segunda-feira. "A gente pressentia que algo pudesse acontecer", disse.

O deslizamento matou ao menos uma pessoa, segundo o governo estadual. As autoridades locais ainda não sabem informar quantas pessoas estão desaparecidas. O terreno está instável no local, dificultando o acesso direto aos veículos.

Em entrevista ao Estadão, o prefeito contou que os veículos estavam parados no congestionamento quando foram atingidos. Ele e o motorista saíram ilesos. De acordo com ele, o local não tem sinal de telefonia e internet. "A gente manda a equipe, mas não tem como te ligarem e dizer como está, tem de esperar voltarem de lá para nos contar", explicou. "Não podiam ter deixado seguir viagem ali, mas também nunca aconteceu nada parecido. Agora não é hora de avaliar isso, tem muita gente embaixo daquela terra toda e precisamos dar conta disso", afirmou.

O prefeito contou que tudo aconteceu muito rápido. "O morro inteiro veio abaixo de uma vez só, numa velocidade tão grande que não dá para reagir ou pensar absolutamente nada. Pus a mão no vidro, com a ideia de que poderia segurar, e aguentei a pancada muito forte, que jogou o caro para cima e aquela lama toda começou a nos erguer. Subiu, subiu, e depois deslizou para outra pista", disse.

Ainda nas primeiras horas de uma viagem de 850 quilômetros, entre Itajaí (SC) e Foz do Iguaçu (PR), a cabeleireira Daniela Morales de Subeldia, de 55 anos, viu a poucos metros do ônibus em que estava o deslizamento de terra, na altura do km 669, que atingiu o carro do prefeito de Guaratuba - que voltava de Curitiba (PR) - e outros veículos.

Apesar do susto, ninguém no ônibus em que ela estava se feriu. Ela contou ao Estadão que teve de passar a noite no local com fome, frio e chuva. "Vixi, Maria. Foi um susto muito grande. Primeira vez que vi uma coisa dessa, me deixou muito mal. Aconteceu na nossa frente, a lama levou tudo, foi muito forte e tinha gente ferida. Estou até agora passando mal", disse.

Daniela precisou ir a pé até a rodoviária de Garuva (SC), cidade mais próxima, para conseguir retornar à casa da irmã, em Itajaí (SC), onde estava. Ontem ainda estava em deslocamento para a rodoviária da cidade da irmã. "Estou morta de canseira, com fome, sono, ninguém ajudou a gente lá. Tive que me virar com tudo." 
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Deslizamentos deixam ao menos dois mortos no Paraná

Além disso, seis pessoas foram resgatadas com vida. Deslizamento atingiu dez carros e seis caminhões na BR-376, em Guaratuba, no Paraná

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Curitiba - Depois de duas mortes confirmadas, seis pessoas foram resgatadas com vida em um deslizamento que atingiu dez carros e seis caminhões na BR-376, em Guaratuba, no Paraná. O primeiro boletim divulgado no fim da tarde desta terça-feira (29), pelo gabinete de crise criado para acompanhar o resgate, informou que 54 bombeiros ainda trabalham no resgate de vítimas. Não havia informações sobre a quantidade de possíveis soterrados.

As equipes completaram 18 horas de trabalho ininterrupto, dificultado pela instabilidade da massa de lama, rochas e troncos de árvores que caiu sobre a estrada, no km 669. Com a ajuda de cães farejadores, os bombeiros tentam chegar aos veículos que estão encobertos pela avalanche. O maior deslizamento ocorreu por volta das 19 horas de segunda-feira. Há 72 horas chove na região da Serra do Mar, próxima ao litoral paranaense, e o mau tempo deve continuar. A força-tarefa de salvamento tem apoio de profissionais de geotécnica da Associação Brasileira de Mecânica de Solos (ABMS), que avaliam as condições do terreno.

O governo paranaense lançou um apelo aos familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido no local para que entrem em contato com a Central de Atendimento da Polícia Científica. Conforme a Defesa Civil, 1.081 pessoas foram afetadas pelas ocorrências de inundações, enxurradas e alagamentos nos seis municípios, das quais 557 estão desalojadas e 24 desabrigadas, além de 122 casas terem sido danificadas.

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Momentos antes de um deslizamento de terra atingir mais de 20 veículos na BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná, o prefeito da cidade, Roberto Cordeiro Justus (União), havia comentado com o motorista dele, Claudio Margarida, que nunca tinha visto tanta água e tanta lama morro abaixo às margens da rodovia, onde estavam parados, no início da noite de segunda-feira. "A gente pressentia que algo pudesse acontecer", disse.

O deslizamento matou ao menos uma pessoa, segundo o governo estadual. As autoridades locais ainda não sabem informar quantas pessoas estão desaparecidas. O terreno está instável no local, dificultando o acesso direto aos veículos.

Em entrevista ao Estadão, o prefeito contou que os veículos estavam parados no congestionamento quando foram atingidos. Ele e o motorista saíram ilesos. De acordo com ele, o local não tem sinal de telefonia e internet. "A gente manda a equipe, mas não tem como te ligarem e dizer como está, tem de esperar voltarem de lá para nos contar", explicou. "Não podiam ter deixado seguir viagem ali, mas também nunca aconteceu nada parecido. Agora não é hora de avaliar isso, tem muita gente embaixo daquela terra toda e precisamos dar conta disso", afirmou.

O prefeito contou que tudo aconteceu muito rápido. "O morro inteiro veio abaixo de uma vez só, numa velocidade tão grande que não dá para reagir ou pensar absolutamente nada. Pus a mão no vidro, com a ideia de que poderia segurar, e aguentei a pancada muito forte, que jogou o caro para cima e aquela lama toda começou a nos erguer. Subiu, subiu, e depois deslizou para outra pista", disse.

Ainda nas primeiras horas de uma viagem de 850 quilômetros, entre Itajaí (SC) e Foz do Iguaçu (PR), a cabeleireira Daniela Morales de Subeldia, de 55 anos, viu a poucos metros do ônibus em que estava o deslizamento de terra, na altura do km 669, que atingiu o carro do prefeito de Guaratuba - que voltava de Curitiba (PR) - e outros veículos.

Apesar do susto, ninguém no ônibus em que ela estava se feriu. Ela contou ao Estadão que teve de passar a noite no local com fome, frio e chuva. "Vixi, Maria. Foi um susto muito grande. Primeira vez que vi uma coisa dessa, me deixou muito mal. Aconteceu na nossa frente, a lama levou tudo, foi muito forte e tinha gente ferida. Estou até agora passando mal", disse.

Daniela precisou ir a pé até a rodoviária de Garuva (SC), cidade mais próxima, para conseguir retornar à casa da irmã, em Itajaí (SC), onde estava. Ontem ainda estava em deslocamento para a rodoviária da cidade da irmã. "Estou morta de canseira, com fome, sono, ninguém ajudou a gente lá. Tive que me virar com tudo." 
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