Corpo de Bombeiros estima que ao menos 30 desaparecidos podem ser encontrados no localDivulgação/CBMPR

Guaratuba (PR) - As buscas por vítimas do deslizamento de terra na BR-376, no km 669 em Guaratuba, Paraná, entraram no terceiro dia nesta quinta-feira, 1º. Apesar de um sol tímido ter aparecido nesta manhã, um dos maiores desafios é o solo úmido deixado pelas fortes chuvas que atingem a região. Segundo boletim recente da Defesa Civil, mais de 6 mil pessoas, dez municípios e a capital do estado, Curitiba, já foram afetadas pela água.
Na tragédia de Guaratuba, que aconteceu na noite de segunda-feira, 28, 54 bombeiros trabalham para avançar nos resgates. Na tarde desta quarta-feira, 30, foi retirada mais uma carreta do local, totalizando três veículos leves e três pesados. O número de corpos encontrados permanece em dois. Até o momento, seis pessoas foram resgatadas com vida.
O Corpo de Bombeiros do Paraná (CBMPA) estima que ao menos 30 desaparecidos podem ser achados no local. Além dos órgãos citados, a Polícia Científica apoia a operação. A estimativa do número de vítimas é feita com base na quantidade de veículos sob os escombros, que também não se sabe ao certo. Segundo a prefeitura de Guaratuba, há pelo menos 15 carros e 6 caminhões envolvidos.
As equipes chegaram a realizar buscas com câmeras térmicas, que podem detectar sinais de vida, mas os equipamentos não identificaram sobreviventes. Os familiares e amigos de pessoas que eventualmente possam ter desaparecido nesse local podem entrar em contato com a Central de Atendimento disponibilizada pela Polícia Científica, pelo telefone (41) 3361-7242. O serviço está disponível 24 horas.
A BR-376, que liga o Paraná a Santa Catarina, permanece interditada nos dois sentidos, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Não há previsão para liberação. Outros dois bloqueios de segurança foram realizados pela corporação por conta da previsão de novos deslizamentos.
Segundo informações do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o risco de desastres na Região Metropolitana de Curitiba para esta quinta-feira é considerado muito alto. O cenário está associado à previsão de continuidade da chuva com intensidade moderada a forte ao longo do dia.
De acordo com a Defesa Civil, além de Guaratuba e Curitiba, foram atingidos os municípios de Antonina, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Guaraqueçaba, Itaperuçu, Piraquara, Quatro Barras e São José dos Pinhais.
O governo do Paraná enviou, na manhã desta quinta-feira, insumos e medicamentos para abastecer hospitais e unidades de saúde do litoral. O caminhão com quase 900 volumes, com 42 itens, entre medicamentos, soro, material de primeiros socorros, desinfetante, máscaras e luvas, ficarão armazenados em uma base logística da 1ª Regional de Saúde, em Paranaguá.
A ação é uma medida de suporte em abastecimento aos municípios da região em razão dos bloqueios nas rodovias de acesso devido aos deslizamentos e chuvas. A mobilização ocorre em parceria com a Defesa Civil, que está disponibilizando outros 100 cilindros de oxigênio.
Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, “não houve desabastecimento, mas é uma medida para garantir o fluxo de abastecimento”. “Estamos encaminhando esta carga para garantir que os municípios tenham um socorro adicional, caso necessitem. Há uma dificuldade de transporte nas rodovias por causa do impacto das chuvas”, completou.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) afirmou que a gestão tem se esforçado para atender a população atingida pelas tempestades desde a última semana. “Desde o início dessa tragédia, colocamos todas as nossas equipes à disposição para auxiliar os municípios do litoral e todas as famílias afetadas. Não vamos deixar que falte insumos ou tenha desabastecimento de alimentos e combustíveis na região”, disse. Na terça-feira, 29, ele decretou situação de emergência na região.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Fernando Schunig, também falou sobre a possibilidade de falta de alimentos. “Já fizemos contato com a Ceasa, mas ainda não há essa demanda na região. Porém, quando for necessário, a entrega vai ser feita nesse mesmo formato”.