Rodrigo da Silva Santos e Hynara Santa Rosa da Silva eram sócios há dois anosReprodução: redes sociais

O casal morto a tiros no domingo, 11, em uma praia na Barra do Jacuípe, em Camaçari, região Metropolitana de Salvador, vendia rifas na internet com prêmios entre R$ 6 mil e R$ 50 mil. Rodrigo da Silva Santos, 33 anos, e Hynara Santa Rosa da Silva, 39, foram baleados no peito e na cabeça. Os dois acumulavam mais de 120 mil seguidores nas redes sociais e deixam dois filhos pequenos. Até o momento, ninguém foi preso.
O casal era popularmente conhecido como DG e Naroka. No mesmo dia do duplo homicídio, as vítimas aproveitavam o fim de semana na praia. Eles compartilharam vídeos em que aparecem em uma moto aquática.
Csal compartilharam uma foto nas redes sociais em uma moto aquática - Reprodução: redes sociais
Csal compartilharam uma foto nas redes sociais em uma moto aquáticaReprodução: redes sociais
Além disso, Naroka havia postado um vídeo chorando após conversar com uma amiga de infância. "Me bateu uma tristeza, estava conversando com uma amiga de infância, e ela está postando um monte de fotos antigas da época de escola, da turminha do interior", conta.
A rifeira sinalizou também que, ao conversar com a amiga, sentiu falta de ter laços afetivos do passado: "Ela falou que não tinha nenhuma foto comigo, éramos melhores amigas. Na época, eu ia de casa para a escola e da escola para casa, porque eu era escravizada. Não tinha infância, nem adolescência, e sinto falta desses laços que são tão bons para nossa vida. Por isso hoje eu faço de tudo pelos meus filhos".
A Polícia Civil informou que equipes do Serviço de Investigação (Silc/RMS) foram ao local do crime e realizaram os levantamentos iniciais. Foram expedidas guias periciais e de remoção dos corpos, que foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador.
A autoria e a motivação do crime serão investigadas pela 33ª delegacia de Monte Gordo. Na segunda-feira, 12, eles foram enterrados, no Cemitério Bosque da Paz, também na capital. 
Venda de rifas na internet
Os dois trabalhavam como sócios há apenas dois anos, oferecendo rifas nas redes sociais com prêmios entre R$ 6 mil e R$ 50 mil com os resultados sendo constantemente publicados nas contas das redes da empresa. Nas publicações, é possível ver relatos de alguns ganhadores, que gravavam vídeos de incentivo para que mais pessoas participassem dos sorteios do casal.
"Fui a ganhadora da rifa de DG e Naroka, de R$ 6 mil. Muito feliz, jogo todos os dias e uma tinha que vir. Só não ganha quem não joga", disse uma das vencedoras. Já no instagram do marido dela, conhecido como DG Rifas, a vítima aparece fazendo lives com os sorteios.
Casal vendia rifas na internet - Reprodução: redes sociais
Casal vendia rifas na internetReprodução: redes sociais
A divulgação de promoções e venda de rifas em redes sociais é comum. Diversos perfils na internet realizam essa prática exigindo que ps participantes cumpram regras para ter chance de ganhar. No entanto, a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de normas estabelecidas pelo Ministério da Economia.
Segundo a Lei nº 5.768, de 1971, e a Portaria nº 20.749, de 2020, a distribuição de prêmios mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou operação semelhante por organizações da sociedade civil só pode ocorrer com a autorização prévia da pasta.
Para conseguir a aprovação, é preciso enviar um pedido ao Sistema de Controle de Promoção Comercial (SCPC), de 40 a 120 dias antes da promoção. De acordo com a legislação, a autorização somente é concedida a "pessoa jurídica que exerça atividade comercial, industrial ou de compra e venda de bens imóveis". Dessa forma, pessoas físicas não podem realizar promoção comercial.