Lula diz que Bolsonaro 'segue rito fascista' ao negar as eleiçõesEVARISTO SA / AFP

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o atual chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) nesta terça-feira (13) durante discurso sobre os resultados do governo de transição coordenado pelo vice eleito Geraldo Alckmin (PSB), por Aloizio Mercadante e pela deputada federal Gleisi Hoffmann (PT).

Lula começou dizendo que Bolsonaro negligenciou e negou a orientação da ciência e da Organização Mundial da Saúde durante a pandemia de Covid-19.
"Bolsonaro é uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimento, uma figura que não é capaz de expressar um gesto de solidariedade, uma figura que não chorou uma lágrima por quase 700 mil pessoas que morreram pela Covid", começou Lula.

O petista ainda afirmou que todas as vezes que perdeu alguma eleição, ele respeitou o resultado e quem havia ganhando. O presidente eleito ainda ressaltou que sempre cumprimentou o vitorioso, ao contrário de Jair Bolsonaro, que após um mês e meio do pleito ainda não parabenizou Lula.

"Esse sujeito até agora não reconheceu a sua derrota", disse Lula. E acrescentou: "Ele continua negando o resultado das eleições e incentivando gente a negar, ou seja, ele segue o rito que todos os fascistas fazem no mundo".
Vandalismo em Brasília
O presidente eleito também comentou sobre os atos vândalos em Brasília realizado por grupos apoiadores de Bolsonaro horas após a diplomação do petista e de Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Esse cidadão continua incentivando esses ativistas, fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada, não sei qual foi o estrago que foi feito no Palácio do Alvorada, mas ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, aquilo não é dele, aquilo não é da mulher dele, aquilo não é do partido dele", declarou Lula.
Na noite da última segunda-feira (12), vândalos que apoiam o atual presidente queimaram ônibus e carros e tentaram invadir o prédio da Polícia Federal em Brasília. Esse movimento estava programado desde o dia 7 de dezembro, quando bolsonaristas avisaram que iriam agir no dia da diplomação do presidente eleito Lula da Silva. O caso repercutiu em todo o país e revoltou boa parte da classe política.

Os atos de vandalismo tiveram início na frente da Polícia Federal, por volta das 19h30. A alegação dos criminosos é que eles não aceitariam a prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro.