O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anuncia novos ministros que comporão o governo.Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o nome dos 16 ministros de seu governo, na manhã desta quinta-feira, 22. O evento aconteceu no CCBB, em Brasília, sede do governo de transição.
Segundo Lula, na próxima semana serão anunciados outros 13 ministros. As informações foram divulgadas após entrega do relatório final da equipe de transição pelo coordenador-geral, o vice-presidente eleito Geraldo Alckimin.
Confira a lista, por ordem anunciada:
- Alexandre Padilha (Relações Institucionais);
- Márcio Macedo (Secretaria-Geral);
- Jorge Messias (Advocacia-Geral da União);
- Nísia Trindade (Saúde);
- Camilo Santana (Educação);
- Esther Dweck (Gestão);
- Márcio França (Portos e Aeroportos);
- Luciana Santos (Ciência e Tecnologia);
- Cida Gonçalves (Mulheres);
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social);
- Margareth Menezes (Cultura), que já havia sido anunciada;
- Luiz Marinho (Trabalho);
- Anielle Franco (Igualdade Racial);
- Silvio Almeida (Direitos Humanos);
- Geraldo Alckmin (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior);
- Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União);
Quem é quem


Alexandre Padilha
Alexandre Rocha Santos Padilha é um médico infectologista e tem 51 anos. Ele foi ministro das Relações Institucionais no Governo Lula e da Saúde no governo Dilma entre 2011 e 2014.
Padilha foi responsável pela implantação do programa Mais Médicos, que teve como objetivo aumentar o número de profissionais na rede pública de saúde em regiões carentes.
Alexandre também foi secretário municipal de Saúde em São Paulo durante o governo de Fernando Haddad (PT). Em 2014, Padilha concorreu às eleições para governador de São Paulo pelo PT, mas foi derrotado por Alckmin.

Márcio Macedo
Macedo é um dos vice-presidentes do PT e foi tesoureiro na campanha presidencial de Lula neste ano. Ele é biólogo e tem 52 anos. Márcio já foi foi deputado federal de 2011 a 2015 e assumiu um mandato atualmente, após Valdevan Noventa (PL-SE) ser cassado. O futuro secretário geral também já foi secretário de Meio Ambiente no Estado e superintendente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Jorge Messias
Jorge Messias já atuou nas áreas jurídicas dos ministérios da Educação, Casa Civil e Ciência e Tecnologia. Além disso, foi subchefe, durante o governo Dilma, para Assuntos Jurídicos da presidência. Atualmente, ele é procurador da Fazenda Nacional, parte da Advocacia-Geral da União, na qual assumirá o ministério. Ele participou do grupo técnico de transparência, integridade e controle na equipe de transição de Lula.
Nísia Trindade
Nísia tem 64 anos e é doutora em Sociologia e mestre em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. De 2011 a 2016, Nísia foi vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz.
Em 2017, ela assumiu a presidência da fundação, se tornando a primeira mulher a conquistar o cargo. Atualmente, ela exerce seu segundo mandato. Na pandemia, se destacou pela parceria com a Universidade de Oxford e a indústria farmacêutica AstraZeneca para produção local da imunizantes contra o coronavírus.
Em 2021, Nísia foi condecorada com o grau de Cavaleira da Ordem Nacional da Legião de Honra da França (Ordre National de la Légion d’Honneur), em reconhecimento ao seu trabalho nas áreas da Ciência e da Saúde, em particular pelas ações da instituição no enfrentamento da pandemia.
Camilo Santana
Santana foi superintendente do Ibama no Ceará de 2003 a 2004. Em 2006, assumiu a Secretaria do Desenvolvimento Agrário cearense. Em 2010, tornou-se deputado estadual no Ceará e em 2012, secretário das Cidades, no governo Cid Gomes (PDT).

O futuro ministro da educação foi governador do Ceará entre 2015 e 2022 e eleito senador neste ano. Ele também foi um dos coordenadores do grupo técnico de Desenvolvimento Regional no governo de transição de Lula.
O ex-governador do Ceará ressaltou o fato de a educação ser prioridade para Lula. "É uma determinação do presidente colocar a educação como prioridade, principalmente a educação básica. É preciso voltar a ter visão sistêmica da educação. O foco é a educação básica, da educação infantil ao ensino médio", disse Camilo
Esther Dweck
Graduada em Ciências Econômicas e Doutora em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dweck já foi secretária de Orçamento do Ministério do Planejamento durante a gestão da presidenta Dilma Rousseff. Ela foi Chefe da Assessoria Econômica de 2011 a 2014 e Secretária de Orçamento Federal entre 2015 e 2016.
Márcio França
Advogado formado pela Universidade Católica de Santos, França tem 59 anos. Ele foi prefeito por dois mandatos da cidade de São Vicente, em São Paulo. Além disso, foi deputado federal, também duas vezes seguidas. Em 2014, foi eleito vice-governador de São Paulo, em chapa com Geraldo Alckmin (PSDB). Após Alckmin renunciar para disputar como presidente, França virou governador. Ele concorreu à reeleição em 2018, mas perdeu no segundo turno para o tucano João Doria, se tornando o primeiro governador de São Paulo a não conseguir se reeleger.
Luciana Santos

Presidente nacional do PCdoB, a pernambucana Luciana foi eleita vice-governadora do estado, ocupando o cargo durante os quatro anos de mandato do governador Paulo Câmara. Ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo em Pernambuco.
Ela também foi deputada estadual e federal, e duas vezes prefeita da cidade de Olinda. Quando deputada em Brasília, fez parte da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara.
Cida Gonçalves
Especialista em gênero e violência contra mulher, Cida ocupou o cargo de secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos governos de Lula e Dilma Roussef (PT). Ela trabalha como consultora em políticas públicas para o enfrentamento da violência doméstica e dá palestras para prefeituras e governos estaduais para atuação na área. Ela chegou a se candidatar pelo Partido dos Trabalhadores (PT) à deputada constituinte, no Mato Grosso do Sul, em 1986, sendo a única mulher a disputar esse espaço.
Wellington Dias
José Wellington Barroso de Araújo Dias foi governador do Piauí por quatro mandatos e ocupou o Palácio de Karnak de 2003 a 2010. Depois,  se candidatou como senador e teve o maior número de votos daquele pleito. Em 2014, voltou a governar o Estado e se reelegeu em 2018
Dias  foi destaque durante o período mais crítico da pandemia e representou o fórum dos governadores na CPI. Sobre os desafios à frente do Ministério do Desenvolvimento Social, Dias foi enfático. "A missão é novamente tirar o Brasil do mapa da fome. Não é simples. Vamos ter que começar de um ponto (baixo). Temos quatro anos para este trabalho, mas também cuidar das pessoas, das famílias e de quem mais precisa com a transferência de renda", disse
Luiz Marinho
Atualmente, Marinho é presidente estadual do Partido dos Trabalhadores em São Paulo.
Nos governos Lula, ele já foi ministro do Trabalho, entre 2005 e 2007, e da Previdência, entre 2007 e 2008. Ele também foi prefeito de São Bernardo por dois mandatos, de 2009 a 2016.
Anielle Franco
Anielle Franco é ativista dos direitos das mulheres e dos negros. Ela é irmã de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 14 de março de 2018.
Anielle organizou seu primeiro livro, "Cartas para Marielle", uma reunião de textos de parentes sobre a experiência de luto por Marielle Franco, e colaborou na autobiografia de Angela Davis.
Ela trabalha como professora, palestrante, escritora e é a atual diretora do Instituto Marielle Franco — que promove uma série de atividades para crianças como cineclubes, rodas de conversa, oficinas com contação de histórias e lançamentos de livros. Ela também comanda a Escola Marielles.
A respeito das expectativas com o ministério, Anielle afirmou que terá que reestruturar a pasta, que vem de "um cenário de desmonte". "Para além do técnico, o que estamos passando aqui é simbólico. Era um governo (a respeito da gestão de Bolsonaro) que não gostava e não tinha a mínima política pública para mulheres, negros e pobres."

Silvio Almeida
Silvio fez parte do grupo técnico de direitos humanos durante a transição de governo e é considerado um dos maiores especialistas em questão racial no Brasil.
Ele foi um dos que recomendaram a Lula a revogação de indicações feitas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para as comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos.
Silvio Luiz de Almeida nasceu em São Paulo e é presidente do Instituto Luiz Gama, uma associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos, juristas e militantes de movimentos sociais que atua na defesa das causas populares.
Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin é formado em medicina e tem 70 anos e é um dos fundadores do PSDB. Ele deixou o partido em dezembro de 2021, após mais 30 anos. Ele está na política há 50.
Alckmin já atuou como vereador, prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador de São Paulo. Ele disputou a Presidência da República duas vezes. Em 2006, perdeu no segundo turno para Lula, e em 2018, ficou em 4º lugar.
Neste ano, ele foi vice-presidente na chapa do presidente eleito Lula.
Vinícius Marques de Carvalho
Graduado e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo, o advogado também tem doutorado em Direito Comparado pela Université Paris 1 Pantheon-Sorbonne.
É especialista em políticas públicas e gestão governamental (EPPGG) do Governo Federal de 2006 a 2016, Secretário de Direito Econômico entre 2011 e 2012, Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de 2012 a 2016 e Yale Greenberg World Fellow em 2016. Carvalho ainda integrou a equipe de transição como parte do grupo responsável pela área de infraestrutura.
Além dos nomes divulgados nesta quinta, Lula já havia anunciado os seguintes ministros:
- Fernando Haddad (Fazenda);
- Flávio Dino (Justiça);
- José Múcio Monteiro (Defesa);
- Margareth Menezes (Cultura);
- Mauro Vieira (Relações Exteriores);
- Rui Costa (Casa Civil).