No penúltimo dia de mandato, Jair Bolsonaro embarcou para Orlando na tarde desta sexta-feiraMarcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), confirmou a viagem com destino a Orlando, nos Estados Unidos. A decolagem rumo à terra da Disney aconteceu na tarde desta sexta-feira, 30, precisamente, às 13h45 de sexta-feira, conforme plano de voo na aeronave presidencial. A previsão é que o presidente passe ao menos janeiro hospedado em um condomínio-resort fechado. 
A viagem antes da posse do presidente eleito e diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi premeditada. Além de evitar críticas de apoiadores ao passar a faixa ao adversário que o derrotou nas eleições, o chefe do Executivo foi aconselhado por advogados a deixar o país antes do dia 1º de janeiro de 2023, quando perde o foro privilegiado, como revelou a jornalista Natuza Neri.
Oficialmente, a Presidência da República não se manifestou sobre a viagem. No entanto, a Secretaria Geral da Presidência publicou no Diário Oficial da União (DOU) a autorização para afastamento de "assessores de ex-presidente" indicados por Bolsonaro. São eles: Sérgio Rocha Cordeiro, Marcelo da Costa Câmara, Max Guilherme Machado de Moura, Osmar Crivelatti e Ricardo Dias dos Santos.

Antes do embarque, Bolsonaro fez um breve balanço de seu mandato numa live. Na 'saideira', condenou a tentativa de atentado terrorista à bomba planejado pelo bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54. Preso, ele é acusado de deixar um explosivo na manhã do sábado, 24, na Estrada Parque Aeroporto, próximo do Aeroporto Internacional de Brasília. 
Após a escalada dos atos antidemocráticos, a Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, na quinta-feira, 29, uma operação contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro.
Bolsonaro negou que tenha incentivado as manifestações golpistas na frente dos quartéis generais do Exército ao redor do país, mas citou a "falta de liberdade" no país. Emocionado, reconheceu que foi muito difícil ficar praticamente dois meses calado, após a derrota para Lula e que buscou "dentro das quatro linhas" alternativas para mudar o resultado das urnas, uma referência ao pedido de seu partido, o Partido Liberal (PL), de anular as eleições. 
A legenda, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi multado em R$ 22,9 milhões por atuação irregular na Justiça, pois não apresentou provas para justificar o pedido.