Bloco reúne 33 países da América Latina e CaribeGuillermo Granja

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na última quinta-feira, 5, o retorno do Brasil à Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), da qual o país se afastou há três anos por ordem do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
O governo comunicou aos países membros do organismo internacional, "pelos canais diplomáticos adequados, a reincorporação do Brasil, de forma plena e imediata, a todas as instâncias do mecanismo, tanto as de caráter político como as de natureza técnica", indicou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
O Brasil suspendeu sua participação na Celac em janeiro de 2020 porque, segundo o governo Bolsonaro, duro crítico da esquerda, o organismo "dava protagonismo a regimes não democráticos como os da Venezuela, Cuba, Nicarágua".
O bloco, que reúne 33 países da América Latina e Caribe, sem Estados Unidos ou Canadá, foi criado em 2010, nos anos dourados da esquerda latino-americana e com Lula como promotor, com o objetivo de promover o diálogo na região.
Quando Bolsonaro retirou o Brasil do bloco, a organização estava praticamente paralisada com a chegada de governos conservadores nos países que a compõem.
Agora, a região vive uma nova onda de eleições de presidentes de esquerda em países como Argentina, Brasil, Chile ou Colômbia.
"O retorno do Brasil à comunidade latino-americana de Estados é um passo indispensável para a recomposição do nosso patrimônio diplomático e para a plena reinserção do País ao convívio internacional", completou a nota.
Lula, que iniciou seu terceiro mandato em 1º de janeiro, após governar entre 2002 e 2010, deu sinais de querer acabar com o isolamento internacional do Brasil que reinou durante os quatro anos do governo anterior.
Em seu discurso de posse no Congresso, Lula anunciou um novo papel para o Brasil no mundo ao retomar a "integração sul-americana" e a reconstrução do "diálogo altivo e ativo com os Estados Unidos, a Comunidade Europeia e a China".
O petista, de 77 anos, participará da cúpula da Celac, que será realizada no dia 24 de janeiro em Buenos Aires, para a qual também está convidado o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.