O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser investigado pelo STF a pedido do procurador-geral, Augusto ArasJosé Cruz/Agência Brasil

Brasília - A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou nesta sexta-feira, 13, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para investigar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que apura a mentoria dos ataques terroristas protagonizados em Brasília no domingo, 8. Sob pressão, Augusto Aras, presidente da PGR, cede e avaliza pela primeira vez uma investigação contra Bolsonaro por incitação aos atos golpistas que depredaram a Praça dos Três Poderes. 
A presidente do STF, Rosa Weber, decidirá pela abertura ou não da investigação, ou poderá encaminhar o pedido para outro ministro da Corte. Após engavetar uma série de pedidos de apurar a conduta e ações de Bolsonaro ao longo de seus quatro anos de mandato, Aras está encurralado após a catastrófica invasão golpista na capital federal.
Na quinta-feira, 12, 140 integrantes do Ministério Público Federal (MPF), enviaram um documento, em tom de cobrança, ao procurador-geral da República por providências após a escalada antidemocrática no país, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como grande expoente.

De férias na Flórida, Estados Unidos, onde se recuperar de um quadro de obstrução intestinal, Bolsonaro, que não reconheceu a derrota, nas urnas, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A minuta de decreto presidencial apreendida pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, que defende a necessidade de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para garantir o "pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial" de 2022, complicou a situação do ex-presidente. O documento é tratado como "rascunho de golpe impresso".
Membros do MPF dizem que o ex-presidente se "engajou na disseminação de informações falsas" após o resultado da eleição presidencial, postura que teria incentivado a mobilização de milhares de bolsonaristas radicais. A frustrada tentativa de reversão do resultado das eleições se materializou na invasão e depredação das sedes do Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.