Em Davos, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, reforçou o alerta para células de extrema direita no paísAFP
Haddad alerta para riscos da extrema direita, mas diz que Brasil segue forte
Em Davos, ministro da Fazenda destaca apoio da comunidade internacional como um recado para golpistas de plantão no país
Davos - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que sai do Fórum Econômico Mundial, em Davos, "satisfeito" com o que ouviu sobre o Brasil. Durante sua estreia na comunidade internacional, ele teve uma agenda intensa de reuniões bilaterais e encontros com empresários, investidores internacionais, banqueiros e representantes de organismos multilaterais e de diferentes países.
"Eu cheguei aqui surpreso com o grau de preocupação (da comunidade internacional) com o Brasil e eu penso que a mensagem da Marina (Silva, ministra do Meio Ambiente), a minha foi no sentido de mostrar que o Brasil segue forte e as pessoas ficaram felizes em ouvir isso da nossa parte", disse, a jornalistas, em Davos.
Sobre o recado político que trouxe a Davos, em defesa à democracia no Brasil após os atos de 8 de janeiro, Haddad disse que ainda há a possibilidade de surpresas por parte da extrema direita. "São células que se organizam muito rapidamente e com um princípio estabelecido pela narrativa do ex-presidente (Jair Bolsonaro) que despertou paixões irreconciliáveis com a democracia", afirmou.
Na visão do ministro, o Brasil tem de ter representantes em todos os fóruns internacionais como, por exemplo, em Davos, que reúne a elite financeira no inverno suíço para debater temas globais econômicos e de sustentabilidade. "E aqui não é diferente. Você precisa mandar alguém para cá. Se não veio o presidente da República, veio o ministro, queremos nos revezar, mas sempre é importante ter alguém representando o Brasil porque você dissemina informações relevantes, perspectivas sólidas sobre o que vai acontecer", explicou.
Estar presente em fóruns internacionais é uma oportunidade de o país para mandar uma mensagem à comunidade que pode atenuar qualquer tipo de "estresse infundado". "Não há nenhuma razão para o mundo ter preocupação com o Brasil nem do ponto de vista da democracia, que vem respondendo aos ataques que são reais, não são imaginários, e que precisam e estão sendo enfrentados com a dose certa e legal", afirmou Haddad.
Apesar disso, o ministro disse que o mundo passou a ter uma "vigilância eterna" diante da onda extremista vista na Europa, Estados Unidos, Ásia e América Latina. "Existe um crescimento do extremismo de direita no mundo e isso precisa ser contido institucionalmente", disse Haddad, reforçando que as instituições brasileiras se uniram para preservar as liberdades democráticas.
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