Perdidos após a derrota e reclusão de Bolsonaro após as eleições, apoiadores batem cabeça e reclamam da falta de orientaçãoAFP
"Está cada vez mais difícil, quase inviável, porque não sabemos onde atacar para não permitir o crescimento da esquerda", disse um apoiador que é dono de três canais no Telegram que, somados, contam com mais de 50 mil usuários.
Para ele, até as eleições presidenciais a dinâmica funcionava e a direita pautava o debate porque havia organização e mobilização nas redes sociais, alimentada pelo 'gabinete do ódio' e lives semanais de Bolsonaro.
Desde a derrota, nas urnas, no entanto, Bolsonaro se fechou. "A gente precisa decifrar os códigos, muita gente desanimou por causa disso. Parece que eles não querem mais salvar o Brasil do comunismo", lamenta.
Mesmo sem a orientação do 'gabinete do ódio', que foi desmontado sem a força da máquina pública, os bolsonaristas seguem tentando espalhar fake news, mas de forma desordenada e sem atingir, de fato, a sociedade. Se antes todos os temas chegavam em praticamente todas as famílias, agora ficou mais difícil.
"Como não existe uma coordenação, cada canal fala o que quer. Algumas coisas pegam, outras nem tanto", diz o bolsonarista frustrado. Para ele, é preciso achar outro nome que organize o grupo se Bolsonaro não tomar a posição.
"Muita gente se sente abandonado pelo Bolsonaro. Ainda não entendemos o que ele fez", disse. De todo modo, a fonte ouvida pela coluna garante que não vão parar. "É pelo Brasil, não pelo Bolsonaro", conclui.
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