Os presidentes Lula e Rodrigo Pacheco (Senado) têm encontrado marcado nesta quinta: na pauta está o debate sobre os atos golpistasFabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) nesta quinta-feira, 26. O chefe do Executivo tem previsão de desembarque em Brasília na noite desta quarta, 25, após a viagem diplomática a Argentina e Uruguai.
Será a primeira reunião entre Lula e Pacheco após os atos golpistas do dia 8 de janeiro no Distrito Federal. O encontro ocorre a uma semana da eleição da presidência do Senado, cargo o qual senador mineiro disputa a reeleição.
Com opiniões diferentes sobre procedimentos das investigações que apuram o ataque terrorista em Brasília, Lula e Pacheco buscam um consenso. O presidente do Senado defende a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos golpistas contra as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF).
Na visão de Pacheco, uma CPI é "muito pertinente" e "adequada" para solucionar o episódio. "Talvez, pela gravidade, pela magnitude que essa violação democrática, essas agressões que o estado de direito sofreu no Brasil, eu considero muito pertinente uma Comissão Parlamentar de Inquérito", disse Pacheco, no dia 10 de janeiro, em coletiva.
Lula, no entanto, disse em entrevista à Globonews no dia último dia 18, que não é a favor da abertura de uma CPI. "Nós temos instrumentos para fiscalizar o que aconteceu nesse país. Uma comissão de inquérito pode não ajudar e ela pode criar uma confusão tremenda, sabe? Nós não precisamos disso agora", afirmou o presidente.
Eleição no Senado
Nesta semana, o PDT, partido de Pacheco que integra a base do governo, já declarou apoio ao atual presidente do Senado. Ele ainda espera o mesmo movimento de outros partidos aliados do Planalto, como MDB e PSB.
"Esse apoio do PDT é de fato algo que legitima aquilo que nós fizemos em conjunto, a presidência do Senado com o apoio do PDT, mas também é um compromisso de futuro, compromisso de que o Senado continuará nessa linha da defesa social, também da responsabilidade fiscal, das reformas que interessam ao povo brasileiro, sem inventar crise, sem criar divergência", disse Pacheco.