Jornalista Gloria Maria morre no Rio de JaneiroTV Globo / Divulgação

Personalidades do cenário político prestaram homenagens nas redes sociais e lamentaram a morte da jornalista Glória Maria. A apresentadora morreu na manhã desta quinta-feira, 2, aos 73 anos, Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio.  O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lamentou a morte da profissional e afirmou que ela "deixou sua marca na memória de brasileiros e brasileiras".
Na publicação, Lula escreveu: "Recebo com muita tristeza a notícia da morte de Glória Maria, uma das maiores jornalistas da história da nossa televisão. Glória foi repórter em momentos marcantes do Brasil e do mundo, entrevistou grandes nomes e deixou sua marca na memória de brasileiros e brasileiras".
A ministra da Igualdade Racial destacou a importância da jornalista como grande referência para mulheres negras sendo destaque na televisão. "Acabamos de receber a notícia de que Glória Maria faleceu. Meus sentimentos à família. Quem é mulher negra sabe da importância de tê-la visto na televisão. Glória é considerada a primeira repórter negra da televisão e sempre será lembrada como sinônimo de competência", escreveu.
Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, também lamentou ressaltou a importância da apresentadora para a população negra: "É com enorme tristeza que o Brasil recebe a notícia da morte da jornalista Glória Maria. Glória foi uma das maiores na sua profissão, mas para além disso, foi uma referência, especialmente para a população negra deste país. Que nossos ancestrais a recebam em festa, Glória".
O senador e líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse: "Perdemos um ícone da TV brasileira e um dos maiores nomes do jornalismo. Glória Maria fez história com reportagens que marcaram a vida de milhões de brasileiros. Descanse em paz, Glória."
Eduardo Braga (AM), líder do MDB no Senado, prestou condolências aos familiares e lembrou o "espírito aventureiro" da profissional. "Triste demais a notícia. Glória Maria não foi apenas uma gigante no jornalismo brasileiro. Foi uma personalidade querida e admirada por todos nós, com sua inteligência, seu espírito aventureiro e seu carisma inigualável. Que ela descanse em paz. Aos familiares, minha solidariedade e minhas orações", escreveu.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, também lamentou a morte de Glória e chamou a atenção para o fato da jornalista ter sido a "primeira mulher negra" que ele viu na televisão brasileira em horário nobre. "Que tristeza. Glória Maria era um dos rostos mais conhecidos do telejornalismo brasileiro e a primeira mulher negra que lembro de ver no horário nobre da TV. Sua trajetória deve ser celebrada e reconhecida", disse.
O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) afirma que a morte da profissional é uma perda "irreparável" para o Brasil. "O falecimento de Glória Maria é uma perda irreparável para o país. Jornalista competente, pioneira em diversas áreas e inspiração para mulheres em todo o Brasil. Que Deus console família e amigos."
Maria Gabrilli, senadora pelo PSD, também prestou condolências aos familiares, amigos e colegas de profissão da apresentadora e disse que ela "inspirou muitas e muitas meninas e mulheres". "Perdemos hoje Glória Maria, ícone do jornalismo, exemplo de vitalidade, coragem e audácia. Mulher, negra, pioneira. Glória era única e inspirou muitas e muitas meninas e mulheres. Meus profundos sentimentos à família, às filhas Laura e Maria, aos amigos e colegas de profissão".
Ciro Gomes (PDT) também lamentou a morte da apresentadora nas redes sociais: “Nosso jornalismo perde hoje uma das suas maiores referências. Glória Maria foi pioneira por diversas vezes e fez história na TV. Se fazia presente diariamente nos lares brasileiros. Meus sentimentos aos familiares, amigos e fãs”.
O governo do Estado de São Paulo publicou uma nota de pesar sobre a morte de Glória Maria: "Ícone do jornalismo brasileiro que faleceu nesta quinta-feira (2). O arrojo e a sensibilidade na apuração e cobertura de momentos históricos do país são o legado de uma carreira brilhante que inspirou colegas de profissão e emocionou milhares de telespectadores", diz o texto.

"O Brasil está de luto com a perda dessa grande profissional. Nossas orações e sentimentos aos familiares e amigos", finaliza a nota, que é assinada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também lamentou a morte da apresentadora nas redes sociais: "Grande perda para o Jornalismo brasileiro. Meus sentimentos à família e amigos de Glória Maria."
Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos, também se manifestou: "que perda imensa. Meus sentimentos e abraço sincero a todos os familiares e admiradores da grande Glória Maria, que nos deixou há pouco. Quando o Brasil ainda só ensaiava falar sobre representatividade, a Glória foi lá e fez. Esse legado de coragem e competência é eterno."
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, lamentou a morte da apresentadora e relembrou a sua luta por "diversidade e representatividade na média". "Hoje, nos despedimos da jornalista Glória Maria, a primeira repórter negra na TV e uma verdadeira referência em jornalismo. Ela abriu caminhos para outras mulheres negras e lutou pela diversidade e representatividade na mídia", escreveu. "Seu legado de coragem e competência é uma inspiração para todas nós, mulheres. Descanse em paz, Glória Maria", concluiu.
Jornalista pioneira
Glória foi a primeira repórter a entrar ao vivo, e em cores, no Jornal Nacional, quando em 1977 mostrava o movimento de saída de carros em um final de semana da capital fluminense. Em relato ao Memória Globo, ela relembrava que a iluminação para fazer o link ao vivo queimou faltando um minuto para a entrada ao vivo.
"Eu estava dura, rígida, porque não podia errar. Era a primeira entrada ao vivo. Faltavam cinco, dez minutos, era o técnico que ficava com o fone para me dar o 'vai’' Quando a lâmpada queimou, faltava um minuto para a entrada ao vivo. O jeito foi acender a luz da Veraneio (carro usado pela emissora nas reportagens)", contou a jornalista.
Glória também fez a primeira transmissão em HD da televisão brasileira, em uma reportagem do Fantástico em 2007. Pelo dominical da TV Globo, a jornalista colecionou mais de 100 países visitados passando pela Europa, África e parte do Oriente, quando mostrou um mundo novo ao telespectador e protagonizou momentos históricos.
"Eu sou uma pessoa movida pela curiosidade e pelo susto. Se eu parar pra pensar racionalmente, não faço nada. Tenho que perder a racionalidade pra ir, deixar a curiosidade e o medo me levarem, que aí eu faço qualquer coisa", disse.
Ela também cobriu a guerra das Malvinas, em 1982, a invasão da embaixada brasileira no Peru por um grupo terrorista, em 1996, os Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996 e a Copa do Mundo na França (1998).
Fez entrevistas com diversos chefes de Estado — inclusive contava que o ditador militar João Figueiredo a tinha como desafeto. Ela também entrevistou as maiores personalidades do planeta, como Michael Jackson, Harrison Ford, Mick Jagger, Leonardo DiCaprio, Freddie Mercury e Madonna.