Práticas culturais são usadas em tratamento de saúde dos yanomamiFernando Frazao/Agencia Brasil
"Nós aqui no hospital respeitamos muito essa prática. Ela é acolhida, a gente prepara o ambiente para que eles possam fazer isso, dentro das condições do hospital", explica o agente de saúde.
Entre as práticas já incorporadas ao tratamento médico convencional, está o apoio espiritual. "A gente pede que eles encaminhem o rezador de preferência ou xapiri, como na língua yanomami, aquele [xamã] que a pessoa confia, e a gente providencia um momento para que a pessoa possa fazer sua prática de cura tradicional".
Segundo ele, algumas crianças apresentam quadro grave de desnutrição, e perdem mais da metade do peso ideal. A contaminação por verminoses também é uma constante. "Algumas crianças chegam a expelir vermes pela boca e pelo nariz", relata.
O hospital tem uma enfermaria específica para receber tanto os indígenas yanomami, como das demais etnias, inclusive com leitos-rede para crianças e acompanhantes.
Administrado pela prefeitura de Boa Vista, o hospital é o único que atende crianças a partir dos 29 dias de vida até 12 anos, 11 meses e 29 dias de idade. A unidade atende pacientes de todo o estado e também recebe pacientes da Guiana e Venezuela.
De acordo com balanço mais recente, atualizado nesta quarta-feira (1º), há 59 indígenas internados no Hospital da Criança. Desses, 49 são crianças yanomami e sete estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em 2022, foram 703 internações de indígenas yanomami no HCSA. As principais causas das internações são diarreia aguda, gastroenterocolite aguda, desnutrição grave, pneumonia, acidente ofídico e malária.
Segundo ele, algumas crianças apresentam quadro grave de desnutrição, e perdem mais da metade do peso ideal. A contaminação por verminoses também é uma constante. "Algumas crianças chegam a expelir vermes pela boca e pelo nariz", relata.
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