Do Val disse que não gostava de ser chamado de "bolsonarista"Redes Sociais/Reprodução

Brasília - O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, nesta sexta-feira, 3, que não recebeu orientações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para formalizar o depoimento sobre um suposto plano golpista para mudar os resultados das eleições de 2022.
O parlamentar disse ainda que irá solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que afaste Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que apura os atos golpistas contra as sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
Em live durante a madruga de quinta-feira, 2, o senador Marcos do Val afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou convencê-lo a dar um golpe de estado.
"Eu ficava p*** quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é logico que eu denunciei", afirmou do Val em live.
Em coletiva no Senado, o parlamentar revelou ainda que o plano golpista foi arquitetado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB) e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não impediu o aliado.
Em dezembro de 2022, Do Val disse que participou de uma reunião com Bolsonaro e Silveira, onde recebeu um pedido para gravar uma conversa com Moraes. Nesta sexta-feira, 3, o magistrado confirmou o encontro com o senador para falar sobre o plano golpista, porém, ele não tomou qualquer atitude, porque Marcos do Val não aceitou “colocar o relato no papel” e dar depoimento ao ministro. “Eu agradeci, mas, para mim, o que não é oficial não existe”, destacou.
No entanto, o senador negou a versão de Moraes. “Tenho como provar que, ao comunicar ao ministro Alexandre de Moraes sobre o que estava acontecendo por escrito e testemunhalmente via mensagem de WhatsApp, em nenhum momento recebi orientações do ministro para fazer a referida formalização”, frisou do Val em entrevista à CNN Brasil.
"Não fui orientado a formalizar absolutamente nada, nem por respostas a mensagens que enviei, nem pessoalmente durante o encontro que tivemos", acrescentou o parlamentar.