A minuta do golpe apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres tem várias digitais, segundo a Polícia Federal . A PF tem trabalhado com um sistema de identificação para saber quem pegou o documento. Depois que ocorrer a identificação, o órgão avançará nas investigações.
De acordo com informações do colunista Valdo Cruz, do Portal G1, os investigadores revelaram que a perícia da polícia encontrou “fragmentos de digitais de diversas pessoas” que pegaram a minuta do golpe . O documento serviria para propor uma intervenção do governo federal no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A minuta permitiria que fosse formada uma comissão composta por 11 pessoas, sendo oito militares. O principal objetivo era anular a eleição que decretou a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e determinar uma nova votação para o cargo presidencial.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, Torres relatou que a minuta foi entregue por uma pessoa que ele não conhece e que não possui qualquer importância. O ex-ministro explicou que o papel estava em sua casa para ser triturado. Porém, caso a PF encontre, no cruzamento de dados, as digitais de outras autoridades, a declaração dele será tratada como mentirosa.
Minuta do golpe ganha importância
A Polícia Federal tem tratado a minuta com muita importância e o documento ganhou maior relevância depois das revelações feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES). Os investigadores acreditam que os dois episódios estão conectados.
O parlamentar relatou que foi chamado para participar de uma reunião com o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), no dia 9 de dezembro. No encontro, os dois convidaram o senador para fazer uma gravação ilegal do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Porém, Do Val relatou que negou o convite e falou do caso para Moraes. Ao longo do dia, ele mudou de versão diversas vezes. O senador agora tem dito que o plano foi elaborado apenas por Silveira e Bolsonaro ficou em silêncio durante a reunião.
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