A defesa de Anderson Torres aguarda a análise do pedido de liberdade do ex-ministro da JustiçaTomaz Silva/Agência Brasil
A defesa do ex-ministro entrou com um pedido de habeas corpus nesta semana e defendeu o cumprimento de medidas cautelares. Os advogados de Torres dizem não haver motivos para a prisão e colocaram o passaporte e a quebra dos sigilos telefônicos e bancários à disposição da Justiça.
Anderson Torres está preso desde 14 de janeiro, por suspeita de omissão e conivência aos ataques golpistas de 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes. Na época, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias com a família em Orlando, nos Estados Unidos. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-delegado da Polícia Federal foi alvo de um mandado de busca e apreensão e seus colegas encontraram a chamada minuta do golpe em sua residência.
No pedido de revogação da prisão, a defesa informou que o ex-secretário "não deixou de agir, no raio das suas competências, e não poderia, legalmente, intervir nas ações cujas falhas são objeto da presente persecução". Já Torres informou à Polícia Federal que não era o responsável pela operacionalização da Polícia Militar nos atos.
Os advogados criticaram a prisão e dissera que a detenção do ex-ministro enquadra-se em um constrangimento ilegal. O documento ressalta que a liberdade do ex-secretário não representa "qualquer risco à persecução penal", e que ainda faltam indícios da relação direta do preso com os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
Depoimento à Polícia Federal
Ele informou que no dia 6 de janeiro se reuniu com o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, com a secretária distrital de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, e com a subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública, Cíntia Queiroz de Castro.
Questionado sobre a minuta golpista encontrada em sua casa, o ex-ministro disse que a peça era 'descartável' e que não há "viabilidade jurídica" na proposta. Ele ainda afirmou que perdeu seu celular quando estava nos Estados Unidos e, por isso, não entregou o aparelho às autoridades.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.