A chuva e os ventos fortes que atingiram São Paulo na última quarta-feira, 15, danificaram os carros alegóricos das escolas de samba dos grupos de acesso e especial do carnaval da capital paulista. As alegorias estavam estacionadas no Sambódromo do Anhembi e passavam por um processo de finalização antes de entrarem na passarela no próximo fim semana, quando começam os desfiles das agremiações.
A tempestade, que atingiu ventos de 77 quilômetros por hora, prejudicou as escolas Mocidade Unida da Mooca, Morro da Casa Verde, Pérola Negra e Colorado do Brás, todas do Grupo de Acesso. No Grupo Especial, apenas a Império de Casa Verde foi atingida.
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O carnavalesco Leandro Barboza, diretor de arte da Império da Casa Verde, postou uma foto de uma peça no chão com sinais aparentes de estragos, enfeites faltando e revestimentos rasgados. No texto, ele escreveu: "Os raios caem sobre os montes mais elevados".
A Mocidade Unida da Mooca, do Grupo de Acesso I, também usou as redes sociais para informar que dois carros da escola foram danificados por conta da chuva e dos ventos desta quarta. "Estamos trabalhando para restauração das alegorias", escreveu a agremiação, que garante que tudo será restaurado a tempo do desfile.
Porém, para isso, os próprios carnavalescos da escola admitem que vão precisar de ajuda. Um mutirão está sendo organizado para reparar os danos causados. A escola, que vai se apresentar no próximo domingo, 19, chegou a gravar um vídeo aéreo mostrando os estragos.
A Pérola Negra também relatou danos em alegorias e peças de composição. Um mutirão foi anunciado para acelerar o processo de recuperação. "Já estamos trabalhando nos reparos e restaurações das peças danificadas."
O Morro da Casa Verde explicou que "os reparos estão sendo calculados e o plano de ação" para o desfile "já está em prática". "O trabalho continua incessantemente até o momento do nosso desfile oficial", declarou. "Nos solidarizamos com as escolas afetadas e a luta continua!", finalizaram.
O membro da diretoria da escola Colorado do Brás, Gilson Ramalho, também se manifestou pelas redes sociais. Ele agradeceu à toda a comunidade, e as mensagens de apoio que tem recebido. Ramalho também informou que os trabalhos de reconstrução das alegorias já foram iniciados e que "o dano não foi tão grande". Também queria deixar o nosso abraço de força para as co-irmãs (escolas afetadas), que passaram por uma dificuldade muito maior do que a gente. (...) Também agradeço a nossa equipe de alegoria. Tenho muito orgulho e obrigada por tudo que fazem pela nossa escola", finalizou.
Perfis nas redes vinculados a outras agremiações, como a Torcida Força Azul, que se descreve como torcedora da escola Nenê de Vila Matilde, declarou apoio e "sorte" para a Mocidade Unida da Mooca. A skatista bicampeã mundial Pâmela Rosa manifestou palavras de incentivo aos carnavalescos: "Agora é hora de toda comunidade descer e ajudar. 'Vamos dar a volta por cima".
As escolas aguardam um posicionamento da Liga Independente das Escolas para saber se haverá mudanças na forma de julgamento das alegorias. A entidade, porém, não se manifestou até a publicação desta matéria.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (CGE), todas as regiões da capital paulista corriam risco de alagamentos na quarta. O estado de atenção para alagamentos foi divulgado às 15h25, próximo do horário em que os ventos atingiram os carros alegóricos. Imagens do radar meteorológico da Prefeitura de São Paulo indicaram que os pontos de maior intensidade se concentraram na zona norte da capital paulista, onde se localiza o Sambódromo do Anhembi.
Os desfiles das escolas de samba de São Paulo começam a partir desta sexta-feira, 17, com as apresentações das agremiações do Grupo Especial, que continuam desfilando no sábado, 18. No domingo, 19, se apresentam as escolas do Grupo de Acesso I.
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