Obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, em Foz do Iguaçu, é uma das cerca de 4,7 mil paralisadas ou atrasadas no paísTV Brasil
Casa Civil lançará aplicativo para atualizar governo sobre obras paradas no país
CBIC aponta que governo de Jair Bolsonaro deixou ao menos 4,7 mil obras paralisadas
Brasília - Uma das frentes do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) será a retomada de obras paradas. Como as informações sobre os empreendimentos estão desatualizadas, a Casa Civil deve lançar em breve um aplicativo para que Estados e municípios possam enviar ao Executivo dados atuais. A intenção é saber o que ainda é viável para ser reiniciado.
"Vamos lançar (o aplicativo) para Estados e municípios validarem as informações para podermos ter uma base de quais obras estão paradas, quais estão em ritmo lento, em qual grau de execução estão, se é possível ou não é possível retomar", afirmou o secretário especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Maurício Muniz.
O governo precisa dessas informações para fechar a carteira do novo plano de investimentos e prever os recursos no Orçamento da União.
Um estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) divulgado no início da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro aponta que pelo menos 4,7 mil obras do programa estavam paralisadas e precisariam de R$ 135 bilhões em investimentos.
Nova tentativa
Ainda durante as gestões petistas, o primeiro PAC já era criticado em razão de investimentos em projetos ruins e denúncias de mau uso de dinheiro público. Integrantes do atual governo afirmam, porém, que mecanismos de governança e controle sobre os projetos serão aprimorados para o relançamento do programa.
O secretário especial, que já foi coordenador do PAC no passado, recorre a alguns estudos - um deles produzido recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - para defender o programa.
O levantamento aponta que o volume de investimentos privados em rodovias caiu nos últimos anos, acompanhando a queda registrada nos desembolsos de recursos públicos. Em 2014, por exemplo, quando R$ 13,39 bilhões foram investidos pela iniciativa privada, montante similar, de R$ 13,18 bilhões, foi injetado pelo governo federal no setor. Já em 2020, o investimento da União em rodovias ficou em R$ 7,3 bilhões ante R$ 8,6 dos privados. "Tem de ter investimento público. Ele é indutor do investimento privado", defendeu o secretário.
Os últimos anos foram marcados pela contração de gastos públicos imposta pelo teto de gastos, criado em 2016 - regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação, que será substituída por outro arcabouço fiscal no governo Lula. Em 2015 e 2016, o País ainda enfrentou uma recessão econômica.
O Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), criado na gestão Temer como vitrine para impulsionar o investimento privado, foi mantido por Lula, agora sob o guarda-chuva da Casa Civil. De acordo com Muniz, as obras que ficarão na carteira do PPI integrarão o novo plano de investimentos. A secretaria especial do programa de parcerias também faz um levantamento dos seus projetos.
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