Após deflagrar uma grande operação para cessar o comércio clandestino de videoaulas e apostilas destinados a estudantes de Medicina do Brasil inteiro, a Polícia Civil do Distrito Federal, através da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, a Propriedade Material e a Fraudes (Corf), investiga agora os compradores dos materiais piratas.
"As pessoas que adquiriram o curso serão identificadas e podem responder por receptação, cuja pena é de até quatro anos de reclusão", revelou o delegado Wisllei Salomão, que coordenou a operação Hipócrates. A ação contou com apoio do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Os investigadores, com ajuda também da Polícia Civil de Minas Gerais, cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços na cidade mineira de Montes Claros, todos vinculados a um hacker especializado em invadir sistemas e plataformas de cursos on-line. O suspeito foi preso.
As obras, que são protegidas por lei e comercializadas por uma empresa privada por R$ 15 mil, eram revendidas ao preço de R$ 400 em ambientes virtuais, sem autorização expressa e com objetivo de lucro, o que acarretou um prejuízo de mais de R$ 117 milhões. Alunos em preparação para residência formam o principal público-alvo.
"Os valores obtidos com os crimes foram transformados, rapidamente, em moedas virtuais", completou Wisllei Salomão.
Durante a operação, os agentes apreenderam três computadores, quatro smartphones, diversos dispositivos de armazenamento, dinheiro em espécie, apostilas dos cursos oferecidos pela empresa vítima e ainda uma cold wallet, que é um tipo de carteira de criptomoeda.
Ainda de acordo com Salomão, as investigações foram conduzidas em parceria com o MPDFT em razão dos investigados residirem em Brasília. O hacker irá responder por crimes contra a propriedade imaterial e por lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 14 anos de reclusão.
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