Uma professora de português da rede pública sofreu um ataque racista dentro de uma sala de aula, na última quarta-feira, 8. Um aluno do ensino médio entregou uma esponja de aço para a educadora, dizendo ser em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O caso aconteceu no Centro de Ensino Médio 9 (CEM), em Ceilândia, e foi gravado pelos colegas do estudante.
No vídeo, é possível ver o momento em que o aluno, de 17 anos, entrega o pacote para a professora. Sob risos dos estudantes, ela pega a embalagem e exclama: "Gente, recebi um presente!".
Mas ao abrir o pacote e ver que o conteúdo era uma esponja de lavar louça, ela fica constrangida. Uma aluna diz para a educadora não aceitar o presente, mas a professora afirma: "Vou aceitar, porque tudo o que vem volta". Ela ainda agradeceu ao aluno que entregou o objeto enquanto alguns estudantes davam gargalhadas.
Aluno entrega esponja de aço para professora negra e diz que era presente pelo Dia Internacional da Mulher.#ODia
Segundo um estudante do CEM, algumas pessoas viram ela chorando depois. De acordo com ele, o aluno que entregou a esponja chegou a brigar com outras pessoas que criticaram a atitude. "Ele começou a quebrar o pau, xingou todo mundo", relatou.
Em nota, a Secretaria de Educação disse que a direção da escola teve conhecimento do ocorrido na última segunda-feira, 13, e que vai se reunir com o estudante e com a professora "para mais esclarecimentos".
A pasta ainda ressalta que "repudia qualquer tipo de preconceito e reforça compromisso e empenho na busca por elementos que permitam o esclarecimento dos fatos, bem como o suporte aos envolvidos". A professora não quis falar sobre o caso.
A diretora do Centro de Ensino afirma ter pedido que o aluno fizesse um texto para ser lido em sala de aula, se desculpando com a professora e com os colegas. Além disso, os pais do estudante foram avisados.
Ainda de acordo com a direção, a escola não fez o boletim de ocorrência porque ainda não ouviu a educadora. A investigação será conduzida pela Delegacia da Criança e do Adolescente de Taguatinga. O Sindicato dos Professores do Distrito Federal repudiou a atitude do estudante e pediu rigor na punição.
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