O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, rebateu as críticas de Eduardo Bolsonaro após a visita ao Complexo da MaréFabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Dino pede que STF inclua Flávio e Eduardo Bolsonaro no inquérito das fake news
Notícia-crime atinge ainda o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os deputados Carlos Jordy (P-RJ), Paulo Bilynsky (PL-SP), Otoni de Paula (MSB-RJ) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
Brasília - O ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino requereu ao Supremo Tribunal Federal a inclusão do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no inquérito das fake news em razão de publicações em que 'insinuam envolvimento' do integrante do governo Lula com o crime organizado.
A notícia-crime atinge ainda o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e os deputados Carlos Jordy (P-RJ), Paulo Bilynsky (PL-SP), Otoni de Paula (MSB-RJ) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB).
O ministro da Justiça viu 'multiplicação organizada e sistemática de um grupo visando propagar, pelo menos, duas fake news': a de que Dino se reuniu com traficantes ou chefes de organizações criminosas; e a de que ele estava sem escolta policial - 'o que é absolutamente mentiroso', de acordo com Dino Ainda segundo ele, os parlamentares tentaram ferir sua honra e imputar-lhe cometimento de crime.
O pedido de investigação foi encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, um dos principais alvos de ataques da base aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele é relator de investigações que atingem o ex-chefe do Executivo e seus apoiadores.
As publicações no centro da notícia-crime foram realizadas após Dino participar, no último dia 13, do lançamento do Boletim 'Direito à segurança pública na Maré', publicação que sistematiza dados sobre os impactos da violência armada no Complexo do Maré, no Rio.
Segundo Dino, o deputado Eduardo Bolsonaro escreveu em suas redes sociais: "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas 2 carros e sem trocar tiros. Vamos convocá-lo na Com. Segurança Pública para explicar o nível de envolvimento dele e seu chefe, Lula, com o crime organizado carioca. Isto é um absurdo!".
Já o deputado Carlos Jordy publicou vídeo com a legenda: "Ministro da Justiça de lula visita o Complexo da Maré e se reúne com lideranças. Ele foi sem segurança nem escolta. Convocaremos Dino para que preste esclarecimentos sobre sua visita a um local dominado pelo tráfico."
O outro filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio, também fez um post sobre a visita de Dino à Maré, sendo que o conteúdo chegou a ser classificado como falso pela rede social. Na legenda, o senador escreveu: "O ministro Flávio Dino poderia compartilhar com nossos Policiais do Rio qual a mágica para entrar num local, com presença de traficantes armados com fuzis, sem ser recebido a tiros!".
Na notícia-crime encaminhada ao STF, Dino destacou que a Corte máxima já decidiu que 'a imunidade parlamentar não pode ser usada como verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas, ainda mais quando contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático'.
Ainda segundo o ministro da Justiça, as publicações ainda 'estão carregadas de preconceito contra as camadas menos abastadas da sociedade, especialmente as favelas e demais periferias urbanas, que são frequentemente alcançadas pela discriminação e racismo'
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