Moraes detalhou que a extrema-direita tenta descredibilizar a imprensa para depois atacar políticos e membros do poder judiciárioRosinei Coutinho/SCO/STF
Na visão de Moraes, as redes sociais foram usadas por extremistas de direita em várias partes do mundo para atacar a democracia.
“Não foi uma questão brasileira só. Tivemos no mundo todo uma captura pela extrema-direita das redes sociais com uma clara finalidade: o ataque à democracia, a quebra das regras democráticas”, analisou o ministro.
O ministro relatou que a extrema-direita soube enxergar nas redes sociais uma ferramenta para implementar suas idéias radicais e que essa percepção dos extremistas ocorreu a partir dos atos da primavera árabe. Depois disso, eles souberam pautar e dominar o ambiente virtual para tentar destruir a democracia.
"A extrema direita domina as redes. É impressionante a incapacidade do restante da sociedade em pelo menos equilibrar. Mas como se iniciou isso? Desacreditando a imprensa. 'Vamos atacar e desacreditar a imprensa'. A ideia foi 'vamos equiparar nossa notícia, a notícia fraudulenta, mentirosa, conhecida como fake news, vamos equiparar desinformação com informação'", comentou.
"Nas redes sociais, havia endereço dos ministros, roteiro, horários, incentivando (a pessoa) a fingir que ia pedir autógrafo para esfaquear em aeroporto. Tudo isso por rede social, em grupos. Tinha a planta do STF para colocar bomba ali, bomba aqui. Ou seja, para amedrontar", revelou.
"Alguém que está nessa bolha acorda um dia e fala 'o STF precisa acabar, eu vou matar um ministro'. E todos que entendem de segurança sabem que o mais difícil de evitar é o lobo solitário", acrescentou.
"No momento em que o STF abaixasse a cabeça, como o STF poderia exigir que o juiz de 1ª instância enfrentasse os políticos locais? Se a cúpula do poder Judiciário não enfrenta, você não pode exigir que um juiz enfrente. E a queda do STF seria a queda do poder judiciário brasileiro e a queda do estado democrático de direito", concluiu.
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