Aeronave foi queimada na operação Divulgação/Comando Operacional Conjunto Amazônia

Duas pessoas foram presas e uma aeronave foi destruída após a desativação dos corredores aéreos legais na Terra Indígena Yanomami. A ação foi divulgada na sexta-feira, 7, pela Força Aérea Brasileira (FAB). A operação foi realizada para combater atividades clandestinas de garimpo ilegal na região sudeste de Surucucu, próximo à fronteira com a Venezuela.
A liberação dos corredores aéreos para saída voluntária de garimpeiros nas terras Yanomamis por voos privados foi encerrada na última quinta-feira, 6.
Deflagrada a partir de ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), os agentes chegaram em um helicóptero da Marinha, utilizando um equipamento de visão noturna.
Segundo a FAB, após a prisão e destruição dos equipamentos, os suspeitos foram entregues às autoridades policiais competentes em Boa Vista, capital de Roraima.
A ação contra os garimpos foi realizada em conjunto com a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Força Nacional (FN).
"Durante a Operação Yanomami, a FAB tem identificado diversos garimpos entre ativos e inativos, pistas de pouso não homologadas e exploração mineral de cassiterita", informou a Força Aérea Brasileira.
Com a volta do controle aéreo, as aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Proteção do Espaço Aéreo (MPEA).
O maior território indígena do Brasil enfrenta uma crise com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa. De acordo com Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, pelo menos 570 crianças yanomamis morreram em decorrência de desnutrição nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Desde o dia 20 de janeiro, a Terra Yanomami está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. Desde então, o governo federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território.
O garimpo predatório, além de prejudicar a saúde dos indígenas e aumentar a violência local, também devasta o meio-ambiente devido ao desmatamento, poluição de rios com mercúrio e outros prejuízos à fauna e à flora.