Deputado federal reagiu à notícia de que o PL indicaria a presidência da comissãoFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Lindbergh Farias: Presidência e relator da CPMI vão ser do bloco governista
Estratégia traçada pelos parlamentares é separar quadros para atuarem exclusivamente na comissão
Brasília - A bancada do PT no Congresso trabalha para indicar a presidência e a relatoria na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro e isolar os bolsonaristas no processo investigatório. A estratégia traçada pelos parlamentares é separar quadros para atuarem exclusivamente na comissão, sem travar a pauta econômica do Executivo. Alguns nomes a serem indicados pelo Senado participaram, inclusive, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) reagiu à notícia de que o PL indicaria a presidência da comissão. Um dos nomes ventilados foi o do deputado André Fernandes (CE), autor da comissão. "Essa turma não pode presidir CPMI", disse durante coletiva à imprensa, ao afirmar que houve incômodo com a narrativa da oposição de que estariam à frente da CPMI.
O parlamentar afirmou que o corpo jurídico do PT foi acionado para impedir que Fernandes participe do processo investigatório. "Ele é interessado na causa, está sendo julgado e pode ser condenado (...) ele chamou o ato do 8 de janeiro", emendou Farias.
Lindbergh garantiu maioria na comissão e disse que a presidência e a relatoria da comissão serão ocupadas por membros do bloco governista, mas evitou citar nomes. Pelos cálculos do partido, a base terá ainda maioria pelas duas Casas. No Senado, eles avaliam que pelo menos 11 nomes da CPMI atuarão junto com o governo, enquanto na Câmara, de 9 a 10 deputados. O deputado citou que senadores que estiveram na CPI da Covid, como Omar Aziz, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Humberto Costa, podem participar do processo.
Por ser mista, a CPMI será formada por 15 deputados e 15 senadores, respeitados os tamanhos das bancadas. A ordem para indicação de membros leva em conta o tamanho dos blocos ou partidos, e são atribuições dos líderes. "Vamos tentar escolher pessoas a dedo, como eles (oposição) também, mas a gente tem uma maioria nesse processo", disse Lindbergh.
O deputado reforçou que, com a dificuldade em retirar as assinaturas para evitar a instalação da comissão, a bancada vai "com muita energia" para a investigação. "Essa CPMI vai ser tiro no pé dos bolsonaristas", disse. A sessão conjunta para instalação da comissão será no próximo dia 26.
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