Lula é recebido pelo presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de SousaRicardo Stuckert/PR
O presidente brasileiro chegou a Portugal na sexta-feira, 21, e seguirá para a Espanha na próxima terça-feira, 25. É a primeira viagem do petista à Europa no terceiro mandato. Lula foi recebido pelo presidente Marcelo Rebelo em cerimônia no Mosteiro dos Jerónimos, onde fica o túmulo de Luís de Camões.
Mais tarde, participou da XIII Cimeira Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com o primeiro-ministro português, António Costa. No encontro, foram assinados 13 acordos de cooperação em diferentes áreas, como saúde e educação, entre a validação de diplomas universitários.
Apesar da mudança de tom em relação à guerra, Lula afirmou, quando esteve em Abu Dhabi, que a responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia era tanto de Moscou quanto de Kiev. "A decisão da guerra foi tomada por dois países", afirmou na ocasião. A Ucrânia, no entanto, é vítima de uma invasão deflagrada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.
Lula foi questionado várias vezes por suas falas, o que ofuscou os primeiros eventos em Lisboa. De acordo com o petista, o Brasil busca restabelecer a paz - ele chegou a propor a criação de um G-20 para negociar o fim do conflito. "No caso da guerra, a Rússia não quer parar e a Ucrânia não quer parar", afirmou. "Pois bem, temos de encontrar países que, em relação de confiança, queiram sentar e conversar e parar a guerra", disse.
'Terceira Via'
Estados Unidos e União Europeia já reagiram de forma dura às falas de Lula. Após a pressão, Lula afirmou que não irá à Ucrânia, assim como não foi à Rússia. Na sexta foi anunciada a viagem a Kiev do assessor especial para Assuntos Internacional, Celso Amorim, que já esteve com Putin em Moscou. Na semana passada, o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, fizeram convites ao presidente brasileiro.
Rebelo destacou que a posição portuguesa difere da brasileira em relação à guerra. "Portugal é solidário ao povo ucraniano, à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e à União Europeia e pensa que não é situação justa não permitir à Ucrânia defender-se e tentar recuperar o território que foi invadido com violação da integridade territorial e da soberania de Estado", afirmou.
Ataques
Em relação à recente crise no Gabinete de Segurança Institucional, que levou à demissão de seu primeiro ministro, o general da reserva Marco Gonçalves Dias, conhecido com G. Dias, Lula afirmou que tomará decisões quando voltar ao Brasil.
"Vou decidir essas coisas do GSI quando eu voltar. Vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil", disse Lula em entrevista coletiva de imprensa, ao ser questionado se manterá o gabinete e, se mantido, se o órgão será comandado por um civil ou um militar.
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