Invasão do Planalto teve colaboração de servidores do GSIFelipe Torres/Metrópoles

Nove militares serão ouvidos neste domingo, 23, pela Polícia Federal . Os integrantes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) foram flagrados em filmagens feitas no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro , quando bolsonaristas fizeram o ato terrorista em Brasília .

Na sexta-feira, 21, os responsáveis por apurar o episódio escutaram o ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias. O general afirmou que não teve qualquer responsabilidade nas ações dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) e negou qualquer omissão durante a invasão.

Gonçalves Dias também relatou que agiu para impedir que os bolsonaristas continuassem vandalizando o Palácio do Planalto e que apenas indicou a porta de saída para o segundo andar, espaço em que a Polícia Militar do Distrito Federal e as Forças Armadas efetuaram uma série de prisões.

O depoimento durou cerca de cinco horas e o ex-chefe da GSI falou com a TV Globo. “O comparecimento na sede da Polícia Federal é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa”, comentou.

"Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade seja omissiva ou comissiva nos fatos do dia 08 de janeiro", acrescentou o general.

Na quarta, 19, o ex-ministro pediu demissão depois que foram divulgados vídeos em que o mostram andando entre invasores do Palácio do Planalto no ato terrorista de 8 de janeiro. As imagens da CNN Brasil exibem Gonçalves abrindo uma porta para os golpistas saírem do terceiro andar.
O vídeo também flagrou servidores do GSI conversando, cumprimentando e oferecendo água para os bolsonaristas que invadiram o Palácio do Planalto.

8 de janeiro
Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde de 8 de janeiro. Eles protestaram contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.

Cerca de mil pessoas foram presas e levadas para a carceragem da Polícia Federal na capital. Algumas já foram liberadas por decisões do STF, enquanto outros ainda aguardam o pedido de habeas corpus.

Nesta semana, o STF tornou réus os primeiros 100 suspeitos de participarem dos ataques. Outros 200 golpistas devem ter os casos analisados a partir de terça, 25.