General da reserva Gonçalves DiasDivulgação/Governo da Bahia

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias chegou à sede da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 21, para prestar depoimento no âmbito de um inquérito que investiga os ataques aos prédios dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília.

A oitiva foi uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator das investigações na Corte.

Na decisão dessa quinta-feira (20), Moraes determinou que a PF identifique todos os militares que aparecem nas imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto divulgadas pela CNN Brasil nesta semana e informe se eles já prestaram depoimento .

"Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas", afirmou o ministro. "Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI."
Moraes também pediu, na ação, que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, identificasse em até 24 horas "todos os servidores civis e militares que aparecem nas citadas imagens e quais as providências tomadas".

Entenda o caso
Imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto reveladas pela CNN Brasil nessa quarta, mostram que no dia dos ataques aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro, Gonçalves Dias estava no local e chegou a orientar os responsáveis pelos atos a deixarem o Planalto.
Após a repercussão da gravação, o GSI divulgou uma nota informando que o vídeo mostra o momento em que agentes tentavam evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, com o intuito de concentrar os golpistas no segundo andar.
O objetivo era "aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF", quando foi efetuada a prisão dos manifestantes.

Também foi informado que as condutas dos agentes envolvidos nos ataques de 8 de janeiro estão sendo "apuradas", e que, se comprovadas irregularidades, os mesmos podem ser punidos.
Mais tarde, Dias pediu demissão do cargo ao presidente Lula, em reunião no Palácio do Planalto.

O ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Capelli assumiu como secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) interinamente. Embora não oficialmente, Capelli tem status de ministro, substituindo o general Gonçalves Dias.