Célula nazista interestadual foi alvo de operação em SC em novembro de 2022Divulgação/Polícia Civil
A Polícia Civil de Santa Catarina voltou a prender dez homens suspeitos de integrar uma célula neonazista interestadual com ligação a grupos internacionais no estado. As prisões ocorreram em uma ação sigilosa dos agentes policiais na última semana, mas a divulgação ocorreu apenas noite desta segunda-feira (24).
Segundo a polícia, o grupo de 10 homens já havia sido detido em novembro de 2022 e no fim de março deste ano, no entanto, eles foram soltos após decisão da Justiça. Com um novo recurso apresentado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o grupo detido novamente.
Veja quem são os homens detidos nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais
- Saiuri Reolon
- Rafael Romann
- Miguel Angelo Gaspar Pacheco
- Laureano Vieira Toscani
- João Guilherme Correa
- Julio Cezar de Souza Flores Júnior
- Igor Alves Vilhaça Padilha
- Gustavo Humberto Byk
- Fabio Lentino
- Rodrigo de Jesus Tavares
Segundo o delegado Arthur Lopes, titular da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância, junto com os suspeitos foram apreendidos novos objetos com símbolos e referências nazistas.
Os detidos já respondem a um processo por integrar a célula neonazista, além de apologia ao nazismo e racismo, aponta a Polícia Civil.
Investigações
Nos últimos meses, a Polícia Civil de Santa Catarina descobriu a existência de uma filial de um grupo internacional de supremacia branca no Brasil. A revelação foi feita pelo programa Fantástico, da rede Globo.
Segundo as investigações, havia um plano do grupo para implantar no Brasil uma célula radical de supremacia branca. Dez homens foram presos e outras pessoas estão sendo investigadas suspeitas de fazerem parte da organização.
“De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda a vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista”, afirmou o delegado Arthur de Oliveira Lopes.
Nos celulares dos investigados, a polícia ter encontrado mensagens criminosas e de cunho racista, como: "Pretos têm que morrer todos os dias".
Ainda segundo os agentes, os suspeitos eram responsáveis pelo recrutamento de jovens que participavam de outras células, por meio de convites e seleções feitas pela internet.
A célula internacional também está presente em Portugal, Alemanha e outros países.
Dino manda PF apurar células nazistas
No início de abril, o ministro da Justiça, Flávio Dino , afirmou que assinou uma determinação para que a Polícia Federal instaure um inquérito para apurar organismos nazistas e neonazistas em todo o território nacional.
Segundo Dino, há indícios da atuação interestadual dessas organizações. Ele ainda afirmou que a PF deve investigar crimes de racismo e apologia ao nazismo.
"Assinei agora determinação à Polícia Federal para que instaure Inquérito Policial sobre organismos nazistas e/ou neonazistas no Brasil, já que há indícios de atuação interestadual. Há possível configuração de crimes previstos na Lei 7.716/89", escreveu em uma rede social.