O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) já sabe que a bancada governista direcionará as investigações na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas no Congresso a sua gestão e tentará responsabilizá-lo pela invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro em Brasília.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que é deputado federal e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador, receberam a missão do pai para tentar minar as investidas dos governistas, que tentam encontrar "argumentos" para relacionar o ex-presidente à autoria do suposto plano para dar um golpe de estado na República.
O ex-presidente interferiu na primeira decisão do PL sobre manter os filhos de fora da indicação. Após pressão no líder, o PL deve definir Eduardo e Flávio para compor a mesa da CPMI.
Os parlamentares de oposição temem que a criação da comissão saia pela culatra, já que a base do governo tem maioria, o que facilita o andamento das investigações — como por exemplo, a aprovação dos pedidos de convocação de testemunhas. A oposição tentará também argumentar que atos de vandalismo e violência se desencadearam por pessoas infiltradas entre os manifestantes bolsonaristas,
O governo deve ouvir o ex-ministro Anderson Torres, preso nas investigações dos atos, e estuda convocar o ex-presidente Bolsonaro para prestar esclarecimentos.
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