Partidos da base do governo querem convocar Anderson Torres para prestar esclarecimentos na CPMIReprodução/Youtube

Deputados bolsonaristas receberam com aplausos e comemoraram a soltura do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, após uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão saiu nesta quinta-feira, 11, após Moraes entender não haver motivos para a manutenção da prisão e estipular medidas cautelares ao ex-ministro.

Na subcomissão de Combate à Censura, instalada nesta quinta na Câmara, parlamentares aplaudiram a notícia e, aos gritos, comemoraram a decisão do STF. O grupo, porém, é formado apenas por deputados bolsonaristas.
A decisão também foi comentada pelo deputado André Janones (Avante-MG). Ele não se colocou contra a soltura do ex-ministro, mas disse que vai esperar Anderson Torres na CPMI dos Atos Antidemocráticos. A comissão deve ser instalada na próxima quarta-feira, 17.
Partidos da base governista querem colocar Torres como investigado na participação dos ataques aos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e STF. Deputados e senadores já articulam a convocação do ex-ministro da Justiça para prestar depoimento no Congresso. A expectativa é que a oitiva de Anderson Torres seja uma das primeiras realizadas pelo grupo de investigação.
Decisão
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a soltura do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Moraes acolheu o pedido da defesa do ex-ministro e disse que a finalidade da prisão foi cumprida.

Alexandre de Moraes ainda determinou que Anderson Torres cumpra medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição da posse e porte de armas. Torres ainda deverá se apresentar à Justiça toda semana e está proibido de sair do Distrito Federal.

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres estava preso no Batalhão da Polícia Militar do DF desde o dia 14 de janeiro. Ele é acusado de ter sido conivente com os ataques a praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Na época, Torres era secretário de Segurança Pública do DF e estava em férias com a família nos Estados Unidos no dia dos ataques. Desde então, a defesa do ex-ministro tem tentado um habeas corpus.