Delegacia Regional de Camocim, onde aconteceu o crimeGoogle Street View

Ceará - O delegado regional de Camocim (CE), Adriano Zeferino de Vasconcelos, afirmou que o inspetor Antônio Alves Dourado, suspeito de matar quatro colegas de trabalho no madrugada deste domingo (14), premeditou o crime antes de realizar o massacre.

Zeferino esta há pouco menos de três meses à frente da delegacia, mas afirma que, desde o início, já havia recebido ameaças veladas do suspeito que afirmava que iria matar quatro colegas de trabalho. “Há quatro dias que eu estou andando de colete para cima e para baixo”, relatou. 

“Não tem nada de surto. Ele preparou tudo para explodir a delegacia. Antes disso, pretendia matar alguns policiais asfixiados, e assim que amanhecesse, o alvo seria eu. O alvo principal, inclusive”, lamentou.
Segundo o delegado, Antônio Alves estava estranho nas últimas semanas e tentava criar problemas na delegacia de todas as formas. Ele diz que o agente chegou a se rebelar contra os colegas de trabalho que não estavam dispostos a prejudicá-lo como queria o assassino.
“Ele tentou de todas as formas me derrubar como delegado regional. Chegou a criar histórias tão absurdas e mirabolantes nas redes sociais, tudo para me denegrir e me atingir”, contou. Ainda em choque, o delegado lamenta a morte dos companheiros.
“Ele não me matou, mas tirou a vida de policiais excepcionais, exemplares, pais de família, homens trabalhadores, do bem, alegres, que vão deixar saudades à toda comunidade da nossa região”.
Policial problemático
O delegado diz que o inspetor sempre se mostrou muito problemático e que já tinha histórico por isso em outras delegacias pelas quais passou. “Ele sempre queria atuar do jeito dele, e não é assim que funciona no serviço público. Não aceitava cumprir escalas pré-programadas. Simplesmente dizia: ‘Não vou fazer'”, relembra Zeferino, que já havia trabalhado o agente em outro município.
Abalado, o policial diz ainda não saber o que fazer após os assassinatos, mas que “Agora é hora de confortar os familiares dos meus colegas de trabalho e manter viva e digna a memória de cada um deles que se foram”.
Entenda o caso
Na madrugada de domingo (14), durante um plantão na delegacia em Camocim, no Ceará, um policial civil matou quatro colegas de trabalho. O suspeito, identificado como Antônio Alves Dourado, inspetor da Polícia Civil, estava de folga no momento da chacina.
As vítimas foram identificadas como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, além do inspetor Gabriel de Souza Ferreira.
Três dos assassinatos ocorreram dentro da delegacia, enquanto o quarto aconteceu nas proximidades. Após atirar contra seus colegas, o policial abandonou o local com uma viatura e se entregou no quartel da Polícia Militar local. A motivação do crime ainda é um mistério.

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