Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio DinoTânia Rego/Agência Brasil
Como mostrou o Estadão, o governo Bolsonaro comprou 19 toneladas de bisteca para compor cestas básicas que deveriam ser enviadas ao Vale do Javari, no Alto Solimões (AM), mas a carne congelada nunca foi de fato entregue às comunidades indígenas.
O sumiço das bistecas foi confirmado ao Estadão pelos indígenas que deveriam receber o produto e por uma das empresas contratadas para entregar a carne. Mislene Metchacuna Martins Mendes, atual diretora de administração e gestão da Funai, que assinou o contrato de compra, admitiu desperdício de dinheiro público na aquisição. Ela afirmou ao jornal que a Funai ignorou alerta dos técnicos sobre os produtos, mas disse que "a ordem era entregar".
A série de reportagens ainda mostra ainda que a gestão passada desrespeitou recomendações técnicas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e pagou R$ 4,4 milhões para adquirir sardinha enlatada e linguiça calabresa para enviar ao Território Indigena Yanomami no meio de uma crise humanitária. Os alimentos, contudo, não são tradicionalmente consumidos pelos indígenas e a falta de hábito do consumo podem gerar doenças.
Nesta terça, o Estadão mostrou ainda que o governo Bolsonaro pagou R$ 260 o quilo da carne de frango também para enviar a indígenas. Da mesma forma, não há comprovação de que os alimentos foram entregues.
Os contratos da bisteca seguem em vigor no governo Lula. Após as reportagens, a Funai informou que mandou averiguar as compras. O comando da Funai no governo Bolsonaro foi procurado, mas não se manifestou.
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