Eduardo Fernando AppioDivulgação: Justiça Federal

O juiz Eduardo Appio, afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba pelo Conselho do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), disse "não saber de nada" sobre a determinação do colegiado. Após a decisão, ele não é mais titular da Operação Lava Jato no Paraná.
A decisão ocorreu após uma representação do desembargador federal Marcelo Malucelli e foi publicada nesta segunda-feira, 22. O magistrado alegou que o filho dele, João Eduardo Barreto Malucelli, recebeu "ameaças" de Appio por meio de um telefonema.
João Malucelli é sócio do ex-juiz e senador Sergio Moro. O desembargador se colocou como suspeito para analisar qualquer caso que faça parte da Operação Lava Jato.
A ligação foi feita no dia 13 de abril deste ano e, segundo o julgamento que afastou Appio, a voz no telefonema se assemelha à do juiz. Ainda, é citado o nome "Fernando Gonçalves Pinheiro", que não está entre os servidores do TRF-4. As outras vozes não foram identificadas.
O Conselho do TRF-4 argumentou que há indícios de que Eduardo Appio tenha sido o responsável por ligar para o filho de Marcelo. Por isso ele foi afastado.
O agora ex-titular da Lava Jato terá 15 dias para apresentar a defesa. Pessoas próximas de Appio apostam que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) derrubará a decisão.
Após a determinação, além de afastar de imediato e preventivamente o juiz, o TRF-4 também suspendeu o acesso dele aos prédios e ao sistema da Justiça Federal e ele deve devolver equipamentos eletrônicos, como notebook e celulares. Appio havia assumido a 13ª Vara Federal de Curitiba no início de fevereiro deste ano.