Joesley Batista e seu irmão foram acusados de inside tradingMarcelo Camargo/Agência Brasil
Outros executivos do grupo e empresas controladas pelos empresários também foram inocentados em três processos que investigaram manipulação de preços, uso indevido de informação privilegiada, violação ao dever de lealdade e abuso de poder de controle.
No voto que norteou a conclusão do Colegiado, o diretor da CVM Otto Lobo, relator do processo, destacou que ficou demonstrado de forma satisfatória pela defesa que os executivos não podiam prever que seus acordos de colaboração seriam homologados, muito menos que seriam vazados para a mídia e, consequentemente, qual seria o impacto deles sobre o mercado.
O processo foi aberto em 2017, para investigar se os empresários haviam realizado operações no mercado financeiro antecipando eventuais reflexos que a divulgação de seus acordos viriam a ter.
A maioria do Colegiado, com exceção da diretora que pediu vistas e ainda não votou, atestou ainda que as operações de câmbio das empresas do grupo foram legítimas e a venda das ações da JBS foi motivada exclusivamente pela premente necessidade de reforçar o caixa da J&F Investimentos, e não por uma suposta expectativa de que o preço das mesmas cairia após a delação se tornar pública.
As acusações de uso de práticas não equitativas em operações do Banco Original com derivativos de juros também foram consideradas improcedentes.
Para a J&F Investimentos, holding dos empresários, “o julgamento da CVM desfaz a injustiça cometida contra o grupo e os empresários, ratificando a lisura e a legitimidade com as quais a J&F, seus executivos e empresas controladas sempre operaram no mercado financeiro”.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.