Zanin precisa de pelos menos 41 votos favoráveisReprodução/ TRF-4
"A bancada presente fechou questão em apoio a Zanin ao STF", disse Alencar. Segundo ele, os parlamentares do PSD fizeram questionamentos ao advogado durante encontro com 13 dos 15 integrantes da bancada. O senador destacou que a colega Mara Gabrilli (PSD-SP), que é crítica a Lula e participou da reunião remotamente, também se posicionou favorável ao nome escolhido pelo presidente.
Nesta segunda-feira, 12, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), informaram que a sabatina de Zanin no colegiado será no dia 21 de junho, quarta-feira da semana que vem.
Como mostrou a Coluna do Estadão, Zanin iniciou logo cedo, nesta terça-feira, 13, o "beija-mão" dos parlamentares em busca de apoio. Chegou ao prédio às 9h da manhã, foi ao gabinete do senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), passou direto pela sala do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato e seu opositor mais ferrenho no Congresso, e seguiu para o gabinete de Lucas Barreto (PSD-AP).
Apoio evangélico
Na última semana, na corrida para desfazer eventuais resistências a seu nome, Zanin participou de diversas conversas com representantes da bancada evangélica. Ele tem dito a religiosos que decisões sobre pautas conservadoras, como aborto e drogas, caras ao segmento, cabem ao Congresso. E se comprometeu a atuar contra iniciativas da Corte que impliquem, na prática, "legislar" sobre esses temas. O advogado busca se desvencilhar da pauta progressista do Partido dos Trabalhadores
Zanin já se encontrou com o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos principais atores religiosos do Congresso, e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), segundo-vice-presidente da Câmara e ex-presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Como mostrou o Estadão, de acordo com relatos, o advogado tem pedido que os líderes atuem como "pontes" com o segmento religioso.
Nessa peregrinação, Zanin também encontrou portas fechadas. A ex-ministra do governo Bolsonaro e senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que é pastora evangélica, declarou que só falará com o candidato "se for mesmo necessário". E disse que vai orar para que Zanin a surpreenda.
Na prática, a aprovação de Zanin é dada como certa. Os presidentes do Senado e da CCJ, por exemplo, já elogiaram a escolha de Lula, que tem na Casa uma base de apoio mais consistente do que na Câmara. Nesta quarta-feira, 14, o advogado se reúne com a bancada do MDB.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.