Reserva é o lar de aproximadamente 30.400 indígenas, no estado de Roraima, e vivencia uma situação crítica há anosFernando Frazão/Agência Brasil
Alertas de garimpo ilegal zeram pela primeira vez em reserva Yanomami
Desde fevereiro, governo Lula montou uma operação para expulsar os garimpeiros do local
Os alertas de novas explorações de garimpo ilegal na reserva indígena Yanomami, na região Norte do Brasil, cessaram durante mais de um mês pela primeira vez desde o início do monitoramento, em meio a uma operação governamental contra as invasões.
"Esta é a primeira vez, desde o início deste tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpos por um período tão longo de tempo", informou a Polícia Federal (PF) em comunicado.
Este resultado sem precedentes na maior reserva indígena do país tem como base o monitoramento feito por satélite, que detectou, no dia 6 de maio, um alerta de exploração em uma nova área pela última vez.
Desde então, até 8 de junho, não houve novos registros nesses controles diários, detalhou a PF.
Trata-se de uma redução "drástica" do surgimento de novas áreas de atividade ilegal na região, onde houve 538 alertas entre abril e maio de 2022, contra 33 no mesmo período deste ano.
A reserva é o lar de aproximadamente 30.400 indígenas, no estado de Roraima, e vivencia uma situação crítica há anos, principalmente devido às invasões de garimpeiros.
Os indígenas os acusam de violentar e assassinar membros de sua comunidade, ao mesmo tempo em que privam os nativos de um de seus principais meios de subsistência, a pesca, ao contaminarem os rios com mercúrio.
Desde fevereiro, o governo Lula montou uma operação na reserva para expulsar os garimpeiros. Muitos deles deixaram a região, enquanto outros têm enfrentado as forças de segurança e ainda resistem.
Segundo a PF, as ações da denominada "Operação Libertação" - integrada por policiais, militares e agentes dos órgãos governamentais de proteção do meio ambiente - derivaram em mais de 80 procedimentos investigativos sobre crimes na região, desde lavagem de dinheiro e garimpo ilegal até tráfico de pessoas.
Depois de uma fase inicial, a operação agora terá como foco capturar os "criminosos" que se negaram a deixar as terras voluntariamente, segundo a PF.
Além disso, haverá ocupação das áreas liberadas dentro da reserva e serão estabelecidos serviços básicos para os indígenas ianomâmi, uma população gravemente afetada pela desnutrição infantil.
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