Ex-presidente Jair BolsonaroEvaristo SA / AFP
"A tendência, o que todo o mundo diz, é que eu vou me tornar inelegível", afirmou, em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da 'Folha de S. Paulo'. "Eu não vou me desesperar. O que que eu posso fazer?"
"Eu sou imbrochável até que se prove o contrário. Vou continuar fazendo a minha parte", respondeu, ao ser questionado sobre como ele se sentia em relação ao assunto.
Quando perguntado se ele acha que seria possível reverter a inelegibilidade no futuro, Bolsonaro disse que conhece a "composição das Cortes superiores" — que mudam ao longo dos anos e dependendo das indicações de quem estiver no poder — e que acredita na possibilidade.
Ele também falou sobre as acusações de um golpe de Estado. "Desde janeiro de 2019 falaram que eu ia dar o golpe: 'Vai dar o golpe, vai dar o golpe'. 'Olha, botou militar'. Eu botei gente que era do meu círculo de amizade. Se eu fosse petista, ia botar ladrões lá", afirmou. "Se fala em golpe no Brasil desde 1964. A coisa mais fácil é tomar alguma coisa (o poder) estando no governo. Mas e o 'after day'?".
Ao ser questionado sobre o porquê ele mesmo não fazia o pagamento diretamente, Bolsonaro respondeu que era "manicure, é não sei o quê, umas frescuradas todas". "Então era para não entrar meu nome lá e não ficar toda hora usando o meu cartão. Daqui a pouco eu tô pagando algo para um cara que tem problema. Se eu boto Pix para um cara que cuida de cachorro, por exemplo, mas está também na boca de fumo?", acrescentou.
"O que nós plantamos ao longo de quatro anos não foi blábláblá. Eu fui para o meio da massa, bafo na cara, arriscando levar um tiro, uma facada", concluiu.
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