Ex-subchefe do Estado Maior do Exército coronel Jean Lawand Júnior depondo na CPMI do 8 de JaneiroLula Marques/ Agência Brasil
Mensagens coletadas pela PF mostram Lawand pedindo a Mauro Cid que fizesse chegar a Bolsonaro seus apelos pela aplicação de um golpe de Estado para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele (Bolsonaro) dê a ordem, que o povo está com ele (...) Acaba com o Exército Brasileiro se esses caras não cumprirem a ordem do Comandante Supremo", afirmou Lewand na troca de mensagens com Cid.
Apesar do teor enfático das mensagens, Lawand disse na CPMI que "em nenhum momento" falou sobre golpe. Ele justificou que o material coletado pela PF é objeto de "conversas privadas" e que a "ordem" cobrada era para que Bolsonaro "apaziguasse" a situação nas ruas do país. "Em nenhum momento atentei contra a democracia brasileira, em nenhum momento quis atentar ou agredir as instituições", afirmou.
As trocas de mensagens entre Lawand e Cid duraram do início de novembro de 2022 até o final de dezembro, quando o coronel reconheceu que não haveria quaisquer ordens de Bolsonaro e demonstrou frustração. Nas conversas, Lawand disse que "entregamos o País aos bandidos", mas não soube explicar quem seriam os criminosos ao ser questionado pela deputada Jandira Feghali (PCdo-B). O oficial se limitou a dizer que não desrespeitou autoridades.
Lawand é formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman, no Sul do Estado do Rio de Janeiro), a mesma frequentada por Bolsonaro antes de entrar na política. O coronel se graduou em ciências militares. Durante o governo Bolsonaro, ele chegou a ser condecorado no Quadro Ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar.
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