Lula afirmou que Bolsonaro quis dar golpe de EstadoAgência Brasil
Lula diz que Bolsonaro é 'sabidinho' que 'quis dar um golpe'
Afirmação do presidente foi feita durante entrevista nesta quinta-feira
São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de "sabidinho" que não aceitou o resultado eleitoral e "quis dar um golpe". O petista disse que "tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral". A afirmação foi feita em entrevista nesta quinta-feira, 29, dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve mais uma etapa do julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível - e que continuará nesta sexta-feira, 30.
"Nós não tivemos um cidadão aqui, um sabidinho, que não quis aceitar o resultado eleitoral? Nós não tivemos um cidadãozinho aqui que quis dar golpe no dia 8 de janeiro? Tem gente que não quer aceitar o resultado eleitoral", disse Lula, sem citar Bolsonaro nominalmente, em entrevista à Rádio Gaúcha.
"Nem todo mundo é como Lula, que perdeu do Collor e aceitou o resultado, que perdeu duas vezes do Fernando Henrique Cardoso e aceitou o resultado. Vai para casa lamber suas feridas, como dizia Brizola, e se prepara para outra luta."
Lula fez as declarações após ser questionado sobre o motivo de ele e membros do governo não considerarem o regime de Nicolás Maduro na Venezuela como autoritário. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", afirmou.
O presidente declarou que gosta de democracia e a exerce com plenitude. "O mundo inteiro sabe que a governança do PT é exemplo de exercício da democracia." "O que não está correto é a interferência de um país dentro de outro", acrescentou, para tentar se distanciar das críticas à Venezuela.
Urnas eletrônicas
Ainda sobre Bolsonaro, Lula disse que o ex-presidente critica o sistema eleitoral. A ação em julgamento no TSE trata sobre declarações do ex-chefe do Executivo a embaixadores no período pré-eleitoral no ano passado. Na reunião, ele colocou sob suspeita as urnas eletrônicas sem apresentar provas.
"Você vive em um país que o presidente da República passou, até hoje, criticando a seriedade das urnas eletrônicas. É preciso que a gente fique um pouco atento para a gente não ficar apenas fazendo um refrão sobre coisas que a gente, às vezes, não conhece profundamente", disse.
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