Deputado federal Guilherme BoulosPablo Valadares/Agência Câmara

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), disse nesta segunda-feira, 10, que acionará o Conselho de Ética da Câmara contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após fala comparando "professores doutrinadores" a "traficantes de drogas", em manifestação na Esplanada.

Além de apontar que entrará com a representação, Boulos se pronunciou sobre o ocorrido nas redes sociais: "URGENTE! Vamos entrar com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra Eduardo Bolsonaro. Esse insulto a todos os professores brasileiros não pode ficar impune!".
A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmou ter entrado com uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o parlamentar após a repercussão do vídeo. Sâmia ainda chamou o deputado de "covarde" e disse que a ação não ficará impune.
"Eduardo Bolsonaro é um covarde! Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista pra incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime! Não vai ficar impune, estou acionando a PGR contra esse fascista agora mesmo!", escreveu a parlamentar nas redes sociais.
Neste domingo, 9, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma manifestação promovida por um grupo armamentista em que disse que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas".
Eduardo subiu em um carro de som colocado na frente do Congresso e defendeu alterações na legislação relacionadas ao porte e posse de armas. O deputado ainda acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é contra a flexibilidade do porte e posse de armas, de querer copiar a Venezuela.
"A Venezuela é o país mais violento do mundo e o Brasil vai voltar a caminhar nesse sentido, infelizmente vai roubar muita vida de inocente porque os caras do Ministério da Justiça não querem dar o acesso à legítima defesa a todos nós", afirmou.
Nesta segunda-feira, 10, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) investigue os discursos do parlamentar. Dino afirma que o objetivo da apuração é "identificar indícios de eventuais crimes, notadamente incitações ou apologias a atos criminosos".
A deputada Maria do Rosário (PT) saiu em defesa dos profissionais da educação e afirmou que "quem os ataca teme a luz do saber". "Lamentável começar a semana lendo algo tão abominável quanto a fala deste deputado, que compara educadores a criminosos. Quem educa desempenha uma profissão nobre, que ilumina mentes e promove a liberdade através do conhecimento. Quem os ataca teme a luz do saber. Não permitamos que a ignorância desta gente prevaleça", escreveu nas redes sociais.
A parlamentar Fernanda Melchionna (Psol) também se manifestou sobre o discurso de Eduardo Bolsonaro e disse que o parlamentar atacou a democracia e a educação. "Eduardo Bolsonaro compara professores com traficantes e diz que educadores são piores que bandidos. A familícia atolada em corrupção, o pai prestes a ser preso e 6 meses após tentativa de golpe, Eduardo na cara de pau ataca a democracia e a educação", disse.
*Com informações do IG